Décor neutro

Decoração

Cinza é tom coringa na hora de projetar e decorar ambientes neutros e atemporais

Luan Galani
13/01/2021 18:03
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Escritório projetado pela arquiteta Anna Karolinna Venturi tem como uma de suas bases o cinza. | Eduardo Macarios

O cinza está na moda! Afinal, é uma das apostas da Pantone para o ano de 2021. Mas há muito tempo a cor está em alta devido a sua versatilidade em atuar em diferentes cômodos da casa e do escritório e em vários tipos de linguagem de decoração.
"O cinza é o novo pretinho básico da decoração. Porque traz sofisticação e combina com tudo. Nuances de bege, branco ou preto, e diferentes tons de madeira, da madeira mel à imbuia", defende a designer de interiores Hellen Giacomitti.
Projeto de 690 m² em Curitiba, assinado por Hellen Giacomitti para um jovem casal, em que o cinza foi a base neutra do projeto e um dos protagonistas.
Projeto de 690 m² em Curitiba, assinado por Hellen Giacomitti para um jovem casal, em que o cinza foi a base neutra do projeto e um dos protagonistas.
É claro que existem muitos tons de cinza: o chumbo, o grafite e o off-white, por exemplo, como explica a designer. "Mas, em geral, a cor ajuda a iluminar, clarear e dar amplitude para os espaços."
Cozinha do mesmo projeto residencial assinado por Hellen Giacomitti, com destaque para os armários cinzas e a harmonia dos mobiliários com os outros elementos pretos e nudes.
Cozinha do mesmo projeto residencial assinado por Hellen Giacomitti, com destaque para os armários cinzas e a harmonia dos mobiliários com os outros elementos pretos e nudes.
Para a arquiteta Naiara Ceccon, o cinza surge com força como protagonista na arquitetura e no design de interiores desde a época da alemã Bauhaus, o movimento e escola de design e arquitetura.
"A cor provoca sensações, interfere na forma e na composição dos elementos. O cinza é extremamente interessante porque translada do preto ao branco. Mas nesse translado, essa gama de tonalidades permite trabalhar a forma, os planos, as proporções, a luminosidade", ensina Naiara.
Cinza surge da mistura de diferentes cores, daí sua versatilidade em combinar com diferentes linguagens ou assumir diferentes papéis.
Cinza surge da mistura de diferentes cores, daí sua versatilidade em combinar com diferentes linguagens ou assumir diferentes papéis.
Por ser uma cor neutra, frequentemente traz sentimentos de seriedade e sobriedade. Em uma comparação com o teatro, por exemplo, o cinza seria o cenário, para que todos os outros atores possam entrar em cena e brilhar, como brinca Naiara.
Porém, ele vai além. "É um instrumento de trabalho para poder aplicar na arquitetura de interior e exterior as profundidades de planos, de volumes", resume a arquiteta.
Detalhe de residência em Curitiba, com 197 m², projetada por Naiara Ceccon. A arquiteta utilizou de camadas de cinza no teto para enfatizar o plano da lareira.
Detalhe de residência em Curitiba, com 197 m², projetada por Naiara Ceccon. A arquiteta utilizou de camadas de cinza no teto para enfatizar o plano da lareira.
No mesmo projeto residencial da foto acima, projetado por Naiara em Curitiba, ela utilizou-se do cinza no piso, no teto e no nicho para destacar o volume dos armários. Veja abaixo o resultado final!
Projeto assinado por Naiara Ceccon.
Projeto assinado por Naiara Ceccon.
Para a arquiteta Anna Karolinna Venturi, apesar de todos esses usos projetuais do cinza, como cor puramente estética na decoração ele já começa a deixar de ser uma tendência.
"Tons terrosos mais claros, tons naturais e similares ao linho cru é que são a bola da vez", avalia. "Ele ainda é bastante utilizado porque integra uma paleta neutra de fácil combinação e de fácil aceitação", justifica.
Escritório assinado pela arquiteta Anna Karolinna Venturi explora o cinza e o branco como cores protagonistas, e muitas texturas traduzidas em ripados e boiseries, por exemplo.
Escritório assinado pela arquiteta Anna Karolinna Venturi explora o cinza e o branco como cores protagonistas, e muitas texturas traduzidas em ripados e boiseries, por exemplo.
Algumas pessoas, porém, transformam a cor em um sinônimo perfeito de frieza e masculinidade, como relata Anna. Nesses casos, a solução é trabalhar a intensidade e gradação do cinza.
Em um escritório recente projetado pela arquiteta, a intenção inicial era pintar de um rosinha claro parte das paredes. Porém, a cor final escolhida foi o branco, o que coroou o projeto como um belo exemplar de arquitetura atemporal e neutra. O cinza foi aplicado nas portas, em algumas paredes e nos armários.
O tom conversa perfeitamente com os quadros de André Mendes, as luminárias mid-century e as cadeiras assinadas por Jader Almeida.

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