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Viver nos Estados Unidos do século XXI é, por si só, motivo de agradecimento. O país é a nação mais rica da história — e também uma das mais livres.
Ao contrário do que parte da esquerda costuma afirmar, os benefícios desse padrão de riqueza não contemplam apenas o famososo “1%” [grupo da população formado pelas pessoas com maior renda ou patrimônio].
Itens que hoje parecem básicos — um automóvel, uma máquina de lavar roupas, água quente ao abrir a torneira — seriam luxos impensáveis durante a maior parte da história humana. Mesmo entre as famílias de baixa renda nos EUA, a maioria hoje dispõe de ar-condicionado, televisão, micro-ondas e smartphone.
A distância entre esse conforto e o cenário enfrentado pelos peregrinos do primeiro Dia de Ação de Graças, no século XVII, é abissal. Mais da metade dos colonos que chegaram ao atual estado de Massachusetts havia morrido no inverno anterior, e os sobreviventes celebraram uma colheita suficiente para garantir a própria subsistência no inverno seguinte.
Na semana passada, durante o Dia de Ação de Graças, o principal dilema de muitos norte-americanos foi quantas porções de peru comer sem perder espaço para a torta de abóbora.
Mesmo quem dirige carro elétrico
É impossível listar todas as transformações que, ao longo de quatro séculos, converteram escassez em abundância.
A coragem dos militares norte-americanos — que ao longo de séculos ajudaram a garantir a segurança e a estabilidade do país — certamente ocupa lugar de destaque nessa trajetória. Mas a indústria de combustíveis fósseis também merece ser lembrada.
Ninguém precisou caçar, abater e limpar o peru servido neste feriado. Um agricultor fez esse trabalho em uma fazenda que depende, majoritariamente, de combustíveis fósseis. Caminhões movidos a diesel levaram o produto até o supermercado.
O supermercado manteve luzes, freezers e leitores de cartão funcionando com energia produzida, em grande parte, por gás natural e carvão. Mesmo quem dirige um carro elétrico recorreu ao sistema elétrico nacional — ainda predominantemente abastecido por fontes fósseis — para ir às compras.
O forno que assará o peru provavelmente utiliza gás natural. A iluminação do jantar, a TV ligada no jogo de futebol americano e a lava-louças que cuidará da limpeza dependem, quase sempre, de energia proveniente desses mesmos combustíveis.
Fontes renováveis costumam receber mais atenção, mas, em 2023, segundo dados oficiais dos EUA, vento e sol geraram cerca de 14% da eletricidade do país. Os combustíveis fósseis responderam por aproximadamente 60%, enquanto hidrelétricas e energia nuclear somaram mais de 24%.
Todos os aspectos da vida moderna
Se os peregrinos sentiam frio, precisavam cortar lenha e acender o fogo. Hoje, basta apertar um botão no termostato. Viagens para visitar familiares dependem de aviões abastecidos por querosene. O iPhone usado para fazer videochamadas com a avó só existe graças à energia que a indústria de combustíveis fósseis torna disponível.
Isso não significa que as petrolíferas e empresas de energia estejam acima de críticas.
Também não quer dizer que a produção de combustíveis fósseis seja isenta de impactos ambientais — embora alertas catastrofistas, repetidos há décadas sem se concretizar, tornem parte do debate menos crível. Tampouco exclui a possibilidade de que tecnologias futuras, como a energia nuclear avançada, venham a substituir esse modelo.
Mas é inegável que, sem combustíveis fósseis, o Dia de Ação de Graças — e praticamente todos os aspectos da vida moderna nos Estados Unidos — seria muito diferente. E não para melhor.
©2025 The Daily Signal. Publicado com permissão. Original em inglês: Give Thanks for the Fossil Fuel Industry
Conteúdo editado por: Omar Godoy



