Um dos grandes vilões da televisão de todos os tempos, conhecido por Jerry Seinfeld e pelo mundo simplesmente como "Newman", uma vez disse: "Quando você controla o correio, você controla... a informação!"
Hoje em dia, enquanto a maioria dos americanos pode ocasionalmente receber informações essenciais em suas caixas de correio, os guardiões da informação são digitais, e o poder de controlar o fluxo livre de informações repousa em um número perigosamente pequeno de grandes empresas. À medida que os Estados Unidos se aproximam de uma eleição presidencial, cidadãos que levam a sério o dever cívico estão em busca de informações sobre candidatos para votar de forma informada. Os resultados das buscas são perturbadores, para dizer o mínimo.
A função de preenchimento automático do Google está ocultando informações factuais sobre um dos maiores eventos da história política americana. Isso inclui omitir sugestões de palavras-chave sobre "tentativa de assassinato ao Presidente Trump" dos motores de busca. O Google admitiu o problema, que é o primeiro passo para a recuperação. O chatbot de IA da Meta fornece respostas evasivas a perguntas básicas sobre o evento e marcou falsamente imagens reais como "alteradas" no Facebook e no Instagram.
Estamos testemunhando o complexo industrial de censura a todo vapor. Quando as ferramentas de busca online, alimentadas por algoritmos de preenchimento automático baseados em IA, não podem ou não querem fornecer respostas factualmente relevantes, isso levanta o espectro de que essas empresas estão intencionalmente tentando manipular a opinião pública. George Orwell cunhou a expressão "buraco da memória" para situações como estas. É como se os oligarcas da tecnologia lessem as profecias distópicas de Orwell não como contos de advertência contra os perigos do poder concentrado, mas como manuais de instrução.
Esta campanha de desinformação das Big Techs reflete uma expansão dramática de instâncias anteriores de viés de IA, incluindo a geração espontânea pelo Google Gemini de Pais Fundadores dos EUA, vikings e um papa racialmente diversos, bem como sua incapacidade de gerar imagens para termos como "família branca" ou "cientista branco".
As provas apresentadas no recente caso da Suprema Corte dos EUA Murthy v. Missouri devem dissipar todas as dúvidas de que grandes corporações como Google e Facebook trabalham com reguladores governamentais para esconder informações do povo americano. No argumento oral, a Corte pareceu ter dificuldade em definir a conduta do governo como coercitiva. No final, a Corte não abordou o mérito do caso, sustentando que os indivíduos cujas falas foram censuradas não tinham legitimidade para abrir o caso.
O FBI, encorajado pela Suprema Corte, acabou de prometer renovar sua "parceria" com plataformas de mídias sociais para censurar "desinformação". Quer as plataformas ajam sob coação ou como co-conspiradores ativos, os resultados são os mesmos.
Infelizmente parece que as empresas que dominam esse mercado estabeleceram a manipulação como prática costumeira neste momento. Os concorrentes menores das Big Techs estão apresentando resultados de busca semelhantes.
O povo americano merece respostas sobre o que está acontecendo, e merece isso agora. Se os americanos nem sequer conseguem acessar fatos da principal fonte de informação na era digital, então falta-lhes um elemento fundamental de uma sociedade livre. Informações precisas são necessárias para um discurso civilizado e fundamentado; são o oxigênio para o corpo político.
Se as empresas se recusarem a esclarecer, então o Congresso e os estados devem exigir transparência e responsabilidade usando todas as ferramentas legais disponíveis. No caso do Google, alguns sugeriram uma ação antitruste para dividir o único motor de busca no mundo cujo nome é usado como verbo no vocabulário comum, o que seria a opção nuclear. Mas se a Guerra Fria nos ensinou algo, demonstrar a vontade de usar a opção mais extrema pode evitar a necessidade.
Por anos, gigantes da tecnologia como Google e Meta têm influenciado o discurso público, às vezes nas sombras. Exemplos recentes tornam a ameaça à liberdade de expressão mais aparente do que nunca. Preenchimento automático e assistentes de IA, que muitas vezes destacam ansiosamente a atividade recente de campanha política de um partido, enquanto suprimem ou ignoram o outro, estão erodindo a capacidade do público de fazer escolhas informadas — o fundamento de uma república democrática.
O poder concentrado é um anátema à liberdade. Os Pais Fundadores redigiram a Constituição americana com um objetivo abrangente: limitar o potencial de concentração de poder no governo federal. Essa concentração de poder na era da informação é igualmente perigosa. Se a um pequeno grupo de empresas for permitido manipular informações sobre uma eleição nacional para o mais alto cargo do governo, os EUA, como nação, estão entrando em um território desconhecido.
Sem uma correção de curso, existe o risco de que futuras gerações possam se perguntar como era encontrar fatos, e não propaganda, na internet e votar de forma verdadeiramente informada. Eles terão que "googlar" isso.
©2024 National Review. Publicado com permissão. Original em inglês: The Threat to Free Speech Posed by AI Bias Isn’t Artificial
Bolsonaro e mais 36 indiciados por suposto golpe de Estado: quais são os próximos passos do caso
Bolsonaro e aliados criticam indiciamento pela PF; esquerda pede punição por “ataques à democracia”
A gestão pública, um pouco menos engessada
Projeto petista para criminalizar “fake news” é similar à Lei de Imprensa da ditadura
Deixe sua opinião