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O ministro Luís Roberto Barroso, presidente do Supremo Tribunal Federal (STF), acredita que a Corte Suprema assumiu um “papel de resistência” enquanto o governo Jair Bolsonaro (2018-2022) tentava “desacreditar todas as instituições democráticas” brasileiras. É o que ele declarou recentemente em uma palestra para alunos da Universidade de Stanford, nos Estados Unidos.

Segundo o ministro, a direita foi responsável pela criação de um “ambiente muito agressivo” no Brasil nos últimos anos, mencionando inclusive os atos do 8 de Janeiro. Será que o ministro já esqueceu dos diversos ataques empreendidos pela esquerda contra prédios públicos e protestos nada pacíficos feitos em universidades, no Planalto e no Congresso nos anos recentes?

Mas se Barroso está fraco de memória, pior ainda devem estar os eleitores de Guilherme Boulos, candidato à Prefeitura de São Paulo. Para lembrá-los de votar no candidato, um grupo de artistas, juristas, jornalistas, escritores e empresários assinou um manifesto defendendo o voto útil no primeiro turno e alertando para o que consideram um possível “segundo turno trágico” na capital paulista, na hipótese de uma disputa entre o candidato à reeleição Ricardo Nunes (MDB) e o candidato do PRTB, Pablo Marçal. Engraçado que, no caso das queimadas, a classe artística anda quietinha, quietinha - bem diferente do que se viu em 2020.

Barroso e o "papel de resistência" do STF

O presidente do Supremo Tribunal Federal (STF), ministro Luís Roberto Barroso, admitiu não ter certeza sobre a suposta “tentativa de golpe” atribuída aos manifestantes do 8 de janeiro, mas reforçou o que chamou de “papel de resistência” do STF para combater o avanço da direita, a quem responsabiliza pela criação de “ambiente muito agressivo” no Brasil.

De acordo com Barroso, o STF foi usado pelo ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) como inimigo para “dividir a sociedade”. “É uma tática típica do populismo dividir a sociedade entre ‘nós’, as pessoas decentes, e as ‘elites corruptas’. O Supremo Tribunal Federal foi o símbolo que o presidente escolheu para representar as elites que ele não gostava e que o povo não deveria gostar”, disse o ministro, durante uma palestra a estudantes da Instituição Hoover, ligada à Universidade de Stanford.

“O tribunal assumiu o papel de resistência no Brasil, porque os perigos eram enormes. Eles eram muito estruturados, com apoio internacional, inclusive dos EUA. Tinham sites, grupos organizados e uma estrutura profissional para atacar as instituições, o Congresso (quando não tinham maioria) e o Supremo Tribunal Federal, além da imprensa. Estavam tentando desacreditar todas as instituições democráticas, incitando as pessoas a invadir o tribunal e nos retirar à força”, continuou. Segundo Barroso, foi esse cenário que justificou a abertura dos inquéritos do 8 de janeiro.

Artistas assinam manifesto pró-Boulos

Temendo um possível segundo turno entre Ricardo Nunes (MDB) e Pablo Marçal (PRTB) na capital paulista, um grupo de artistas, juristas, jornalistas, escritores e empresários assinou nesta segunda-feira (30) um manifesto em apoio ao candidato à prefeitura de São Paulo pelo Psol, Guilherme Boulos. O documento defende o voto útil no primeiro turno e alerta para o que considera que seria o risco de um “segundo turno trágico” em São Paulo.

O conteúdo do manifesto é semelhante ao assinado por artistas antes das eleições de 2022, que apoiava Luiz Inácio Lula da Silva (PT). "O manifesto que ajudou a evitar a reeleição de Bolsonaro precisa ressurgir para impedir que um segundo turno marcado pelo bolsonarismo se concretize", diz o texto.

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