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Há anos, defensores do controle de armas se apoiam em uma narrativa já desgastada sobre os custos e benefícios da posse civil de armamento.
Esse discurso aponta a Segunda Emenda da Constituição dos EUA — que garante o direito de manter e portar armas — como a principal causa de uma suposta e contínua “epidemia de violência armada”, ao mesmo tempo em que afirma que cidadãos comuns raramente usam armas para defesa pessoal.
Organizações de peso nesse debate, como o Everytown for Gun Safety (grupo que defende restrições mais rigorosas à posse de armas de fogo), utilizam essa narrativa para questionar o direito civil de manter armas e defender leis mais restritivas.
Há, no entanto, um problema: os próprios números divulgados pelos desarmamentistas contam uma história diferente.
Dados que não batem
No início deste mês, o Everytown convidou donos de armas a participarem de cursos online sobre segurança. Durantes as aulas, os alunos foram ensinados que os usos defensivos são um fenômeno “extremamente raro”.
Usuários atentos, porém, notaram uma inconsistência: os números apresentados pela entidade não batiam.
De um lado, os desarmamentistas afirmaram que os EUA enfrentam uma epidemia de violência armada, citando uma média anual de 47 mil mortes por armas de fogo nos últimos cinco anos — sendo que ao menos metade desses casos correspondem a suicídios.
De outro, o material de treinamento indicava que os supostos “raros” usos defensivos de armas de fogo ocorreram, em média, 69 mil vezes por ano desde 2019 — ou seja, 22% mais frequentes que as mortes por armas de fogo classificadas como epidêmicas.
Em outras palavras, o Everytown acabou reconhecendo que os defensores da Segunda Emenda estavam corretos: cidadãos comuns dependem rotineiramente do direito de possuir armas.
Mais de 1,5 milhão de usos defensivos
A maioria dos estudos relevantes — incluindo o relatório mais recente dos Centros de Controle e Prevenção de Doenças — indica que americanos utilizam armas de fogo em autodefesa entre 500 mil e 3 milhões de vezes por ano.
Outro documento, fruto de um estudo conduzido em 2021 por um professor da Georgetown McDonough School of Business, concluiu que aproximadamente 1,6 milhão de usos defensivos de armas de fogo ocorrem anualmente nos EUA.
Ou seja, a narrativa tradicional do controle de armas não resiste aos próprios dados, muitas vezes subestimados.
O Everytown pode tentar disfarçar contradições em nome de uma preocupação legítima, mas os números são claros: a posse legal de armas protege cidadãos comuns, que confiam regularmente em seus direitos garantidos pela Segunda Emenda para preservar a vida, a liberdade e a propriedade.
Vidas em risco
Por esse motivo, o [site de notícia conservador] Daily Signal publica mensalmente casos que mostram como cidadãos americanos recorrem à autodefesa com armas. Veja a seguir alguns dos episódios mais recentes e significativos — todos marcados por situações em que a vida ou a segurança das vítimas estava em risco.
Athens Township, Pensilvânia. Durante uma visita à casa da ex-sogra, um homem foi violentamente agredido pelo ex-marido dela. Temendo por sua vida, o visitante — que tinha licença para portar arma de forma oculta (porte velado) — sacou uma pistola e disparou fatalmente contra o agressor.
San Antonio, Texas. Um assaltante mascarado invadiu uma tabacaria à noite e apontou um revólver para um funcionário, que reagiu sacando a própria pistola e disparando várias vezes. O criminoso teve ferimentos fatais, enquanto o trabalhador saiu ileso.
Albany, Louisiana. Um morador atirou e feriu um homem que derramava gasolina ao redor de uma residência ocupada, tentando incendiá-la. A polícia considerou legítima defesa, e o suspeito responde por tentativa de incêndio criminoso.
Phoenix, Arizona. Uma mulher alvejou fatalmente o ex-namorado que invadiu seu apartamento à noite, quando ela e os dois filhos estavam em casa. O relacionamento havia terminado há pouco tempo.
Miami, Flórida. Quatro invasores mascarados sequestraram uma mulher em frente à casa dela, forçando-a a entrar sob a mira de rifles. Foram recebidos a tiros pelo namorado da vítima, que feriu um criminoso e manteve-o detido até a chegada de policiais.
©2025 The Daily Signal. Publicado com permissão. Original em inglês: Oops! Gun Control Group’s Own Numbers Contradict Its Messaging on Defensive Gun Use
Conteúdo editado por: Omar Godoy



