O governo trabalhista britânico está realmente impondo um “Estado ético” a seus cidadãos, em conformidade com o islamismo progressista de muitos de seus eleitores e com um controle opressivo para o “bem” de seus cidadãos. Tudo deve ser imposto ou banido, restringindo as liberdades pessoais e comunitárias, em nome de seu próprio bem-estar, obviamente tudo decidido pelo Estado e pelo governo de Keir Starmer.
Querem proibir o fumo ao ar livre, especialmente (mas não apenas) fora dos pubs, a fim de reduzir o número de mortes relacionadas ao tabaco, mas, ao mesmo tempo, dar boas-vindas à eutanásia e a uma possível maior liberalização ao aborto. Além disso, a partir de 31 de outubro, não será mais possível rezar ao ar livre, nem mesmo silenciosamente, ou seja, com a mente, dada a proibição de recitar orações perto de clínicas de aborto nas cidades do Reino Unido: será preciso ter cuidado com os bairros e as ruas da cidade por onde se passa enquanto se reza, a fim de evitar multas e prisão.
Agora, até mesmo relaxar em pubs, sozinho ou acompanhado, entre canecas de cerveja e fumaça de tabaco, é considerado perigoso e antissocial. O governo quer antecipar o horário de fechamento dos pubs ingleses para reduzir a venda de álcool: cerveja, vinho e uísque.
O grande G. K. Chesterton entraria em guerra aberta contra esses abusos do estatismo tirânico-socialista, essas violações da liberdade pessoal, essas proibições de amizade e ataques ao comunitarismo social e à civilização cristã inglesa. “No catolicismo, a cerveja, o cachimbo e a cruz podem andar juntos”, exaltaria ele. Ele iniciaria, portanto, uma revolta como Napoleão de Notting Hill ou organizaria uma caravana de Tabernas ambulantes por todo o país para protestar contra o tirânico neo-inquilino de Downing Street.
O Daily Telegraph delineou os novos planos do Partido Trabalhista para reduzir o consumo de álcool: os pubs podem ser forçados a fechar mais cedo à noite, enquanto o governo considera novas medidas para atingir o consumo, conforme comunicado pelo ministro da Saúde, Andrew Gwynne. Há uma disposição para “restringir o horário de funcionamento” de bares e pubs como parte de uma tentativa de melhorar a saúde e combater o comportamento antissocial.
O ministro trabalhista também declarou que o estado dos pubs britânicos é “moralmente repreensível” e que “em termos inequívocos, não haverá dinheiro suficiente” para atender às necessidades dos cidadãos, sem restringir certos comportamentos, como o consumo excessivo de álcool.
De acordo com o Guardian, pelo menos 50 pubs fecham na Grã-Bretanha todos os meses desde o início de 2024, uma ligeira melhora em relação a 2023, quando 64 pubs fecharam por mês. É também por isso que o Telegraph de 23 de setembro trazia a seguinte manchete: “Os pubs podem ser forçados a fechar mais cedo devido ao novo golpe de Estado-babá do Partido Trabalhista, que estabelece um plano para melhorar a saúde e combater o comportamento antissocial”. Portanto, desfrutar de uma caneca de cerveja na companhia de amigos, fazer confidências e trocar desejos é classificado como socialmente desviante e perigoso.
O atual inquilino de Downing Street, que parece considerar os pubs apenas como um problema de saúde pública a ser regulamentado, nas últimas semanas tropeçou em uma série preocupante de condutas muito mais sérias do que o peregrino citadino que reza ou o frequentador de pubs.
Sir Keir Starmer é agora mais impopular do que o ex-primeiro-ministro conservador Rishi Sunak, com seu índice de aprovação caindo 45 pontos, uma variação de -26% desde a eleição geral de julho, de acordo com uma pesquisa do The Observer, porque demonstrou incapacidade flagrante de combater a imigração ilegal; libertou milhares de prisioneiros, incluindo aqueles culpados de crimes sexuais graves; e, além disso, aceitou recentemente presentes no valor de £ 100.000 [equivalente a R$ 729 mil na cotação atual], incluindo doações de roupas e ingressos gratuitos para shows. Tudo isso, enquanto seu governo decidia eliminar os pagamentos invernais de combustível para milhões de aposentados... para o bem do país.
O cerco da esquerda britânica às liberdades pessoais e à tradição cristã também inclui a tentativa de acabar com o pint (medida de cerveja), um pilar da cultura britânica, como demonstra um artigo do Guardian de 17 de setembro.
O dia 29 de maio de 2024 marcou o 150º aniversário do nascimento de G. K. Chesterton; em seu romance A Taberna Ambulante, ele antecipa o atual soft power do islamismo socialista liberal na Inglaterra. No romance, é Lord Ivywood quem promove um “Islã progressista”, para limitar e depois substituir o cristianismo por uma nova forma de religião chamada “Crislam”.
O autoritário Lord Ivywood, como o atual Keith Starmer, consegue que uma lei proibicionista seja aprovada no parlamento, banindo o consumo de álcool. Como resultado e com grande sucesso, vários cidadãos heroicos constroem uma “taberna voadora”, que viaja por toda parte para satisfazer a sede de liberdade e desafiar as novas leis totalitárias. Esperamos que ainda haja ingleses prontos para construir barricadas em Notting Hill e aquecer os corações na batalha pela liberdade, nas tabernas ambulantes clandestinas do país.
Luca Volontè, bacharel em Ciências Políticas, foi deputado italiano de 1996 a 2013. Fundou e dirigiu durante vários anos a Fundação Novae Terrae, coordenando, como Secretário Geral e em colaboração com universidades e institutos de investigação italianos e estrangeiros, a primeira investigação global sobre políticas familiares, dignidade humana e liberdade de educação.
©2024 La Nuova Bussola Quotidiana. Publicado com permissão. Original em italiano: “In Gran Bretagna lo Stato etico dichiara guerra ai pub”.
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