“[No 7 de setembro] vamos saber mesmo o tamanho do fascismo e do sentimento antidemocrático no Brasil”
- Luís Roberto Barroso, ministro do STF, sobre as manifestações em verde e amarelo que prometem encher as ruas do Brasil. Em tempo: aquela mesma Constituição que Barroso jura defender impede juízes de agirem como políticos.
“Raio que caiu em Washington serve de alerta para as mudanças climáticas” - Reuters, agência de notícias. Toda seita começa assim, interpretando o raio e o trovão como mensagem de seus deuses.
“Caetano Veloso, para mim, é uma religião laica” - Igiaba Scego, escritora italiana que por algum motivo tem gente que considera gabaritada para falar de música popular brasileira e, pior, de “religião laica”. Na terra de Dante, esqueceram de ensinar à moça o que significa uma contradição em termos.
“A partir do ano que vem Lula será um presidente que, por um erro, um dia foi presidiário. Já Bolsonaro será um presidiário que, também por um erro, um dia foi presidente” - André Janones, ex-candidato à Presidência, virando despudoradamente a casaca. Ele que até ontem soltava cobras e lagartos quando se tratava de criticar Lula, agora virou seu parça.
“A cassação do vereador negro é uma vergonha e escancara o racismo no Paraná” - Jeferson Tenório, escritor cujo raciocínio estreito e panfletário infelizmente contamina sua “obra”. Se bem que ninguém lê esses escritores de edital mesmo.
“Existem outros fatores que vieram, infelizmente, ao mesmo tempo, como a própria monkeypox [varíola dos macacos] em que a máscara poderia ajudar a conter (...).” - Barra Torres, diretor da Anvisa, justificando a permanência da norma que determina que os passageiros usem máscaras dentro dos aviões. Talvez ele devesse olhar para o CDC (Centros de Controle de Doenças dos EUA), que sabe que a varíola do macaco não é transmitida pelas vias aéreas, e por isso retirou a recomendação do uso de máscaras em viagens.
“O TSE não está só, porque a sociedade não tolera o negacionismo eleitoral” - Edson Fachin, ministro do STF, incorporando o “negacionismo eleitoral” à coleção primavera-verão do Léxico Jurídico-Esquerdista 2022. Junto de terraplanismo, fake news, genocídio e ameaça à democracia, o negacionismo eleitoral promete fazer sucesso nas passarelas uspianas.
“Acabo de ver uma cena tão constrangedora no café (sim, no café, 9h45 da manhã) que quase levantei [sic] e saí. Um cara de terno abordou uma menina, em voz alta, e perguntou se ela não toparia tomar um café com ele. Do nada. A coitada só conseguiu responder ‘tenho namorado’” - Elaine Gontijo, chefe de gabinete do senador Alessandro Vieira. Uau! Um café! Que monstro! Ah, essa masculinidade tóxica…
“Minha mulher todos os dias quando eu saio de casa ela me pede R$2 mil reais no Pix” - Jair Bolsonaro, presidente e piadista bissexto. Servindo de escada, o entrevistador perguntou: “Pra ela fazer o quê?” Ao que o presidente se saiu com a punch line de tiozão do churrasco: “Não sei, eu nunca dei”. Todos riram. Menos as agências de checagem.
“É horrível o que vem acontecendo no país, com essas mentalidades distorcidas nos guiando” - Djavan, cantor, açaí, guardiã, zum de besouro, um ímã. Fica tranquilo, Djavan, Deus fez os dinossauros pensando em você.
“Indago aos canais oficiais do Twitter o que farão com o post da ex-ministra Damares Alves com informações falsas, uma vez que o Twitter se comprometeu com a Justiça Eleitoral a combater fake news e desinformação” - Vera Magalhães, jornalista e, supomos, torcedora da escola de samba X9 Paulistana.
“É um ciclo, né? O jornalista toma o lugar do cientista político pra analisar política, daí qualquer um achar que pode fazer o mesmo, então o podcaster leigo vai falar com os políticos ao invés do jornalista, e nessas alturas o cientista político tá vendendo seguro pra sobreviver” - Leonado Rossatto, cientista político, passando Gelol no cotovelo diante da repercussão da entrevista de Bolsonaro ao podcast Flow. Como ainda não criaram uma lei obrigando entrevistadores a usarem pelo menos duas citações obscuras em perguntas ininteligíveis, não é mesmo?
“A China é uma das sociedades mais livres do mundo” - Nancy Pelosi, presidente da Câmara dos Deputados dos EUA. Depois dessa ficou claro que o gesto de defender a autonomia de Taiwan não passou de uma cena farsesca no teatrinho que é a relação geopolítica entre chineses e a esquerda norte-americana.
“Pela primeira vez, testei positivo pro coronavírus (...) Tô sem sintomas e aqui em casa os testes não confirmaram. Mas sigo isolado e vou continuar testando pelos próximos dias. No pior cenário, tem 4 doses pra me proteger” - Atila “Vamos Todos Morrer” Iamarino, alarmista-mor da pandemia. Idos são os tempos em que cientista hipocondríaco virava, no máximo, personagem do Jô Soares.
“Votem em mulheres. Mas aconteça o que acontecer, nunca jamais votem na Damares” - Lucélia Santos, atriz e ex-escrava branca na novela (imagina o escândalo de uma coisa dessas hoje em dia!). O feminismo entra em parafuso quando se depara com uma mulher que não reza pela cartilha.
“Dinheiro não me faz feliz” - Marlene Engelhorn, herdeira da gigante petroquímica Basf. Ela, que por acaso é ativista social da ONG (atenção para o nome!) Milionários Pela Humanidade, ganhou recentemente as manchetes por ter renunciado a 90% da herança estimada em (atenção para a cifra) 4 bilhões (com “b”) de euros. Levando em conta a exposição da causa hipócrita e o fato de que ainda lhe sobraram € 400 milhões… Tá no lucro.
"Parece que eu não posso nem pegar uma caneta. Se eu não posso pegar a caneta, não posso ser presidente. Preciso mostrar vigor aqui para vocês" - Lula, ex-presidiário que também era rápido para pegar a caneta quando se tratava de estabelecer parcerias com as ditaduras cubana e venezuelana. É muita democracia!
“Se você considera que Ortega é um populista corrupto, então Lula é a expressão absolutamente igual de Ortega ou de Maduro” - Ciro Gomes, candidato à Presidência, num raro momento de augusta sinceridade.
“Haverá o cuidado de editar comentários que são passíveis de cancelamento” - O Globo, sobre a notícia de que um canal exibirá os programas antigos de Jô Soares, mas não sem antes passarem pela tesoura do censor woke.
“Em 2004, a BlockBuster tinha cerca de 80 mil empregados. Foi substituída pela Netflix com 4 mil empregados. E daí? Daí que se inserir no mundo digital pelo CONSUMO dos produtos e novidades (da forma como o Brasil está fazendo) não é bom para os trabalhadores e nem para a economia" - Fernando Horta, historiador de esquerda, que aparentemente estudou na escola Dilma Rousseff de matemática.
“Nós temos o melhor time para governar SP. Estamos com a juventude do Boulos, a experiência do Alckmin, o coração do Lula, com Marina e Márcio França, pessoas que já governaram grandes organizações, seja o estado, o país, movimentos sociais ou grandes causas” - Fernando Haddad, ex-poste e candidato a governador em São Paulo. Melhor time que esse só o da turnê europeia do Íbis de 1939.
“O Youtube acaba de remover dezenas de vídeos da TV 247 por suposto discurso de ódio, quando a essência do nosso trabalho é justamente o combate ao discurso de ódio e ao fascismo” - Leonardo Attuch, jornalista 2+4+7 = 13. Attuch não percebeu que a censura do YouTube é uma censura para o bem dessa esquerda que, quanto mais fala, mais afunda.
“Eu sonhava que o Brasil tivesse a terceira maior indústria petroquímica do mundo e queria que a Braskem fosse essa grande empresa. Apareceu a Lava Jato para destruir a Braskem. Em nome de quem? De um fedelho chamado Dallagnol, que encheu a cabeça de vocês de mentira, que conseguiu criar um mundo de mentiras.” — Lula, ex-presidiário, falando sobre uma empresa que fez um acordo de leniência para devolver 2,87 bilhões de reais (é BI mesmo, não MI) aos cofres públicos.
“Bolsonaro é a mais completa tradução do cafajeste” - Ricardo Noblat, jornalista e notório apreciador de primeiras damas, incluindo a atual, Michele Bolsonaro, pouco antes de ajeitar o bigodinho fino e vestir o terno risca-de-giz.
"Não imagino uma alternância para ter como presidente da República aquele que já foi durante oito anos presidente e praticamente deu as cartas durante seis anos no governo Dilma Rousseff (PT). Penso que potencializaria o que se mostrou no governo atual e votaria no presidente Bolsonaro, muito embora não seja bolsonarista" - Marco Aurélio, ex-ministro do STF. De acordo com o jornalista Lauro Jardim, um ex-colega de Marco Aurélio no STF teria dito “Graças a Deus, o Marco Aurélio aqui no Supremo sempre foi voto vencido”. Será que ministro misterioso começa com G e termina em Mendes”?
“Volto pessimista do ato no Largo S. Francisco. Pouquíssima gente, média de idade, a minha, pouquíssimos jovens, os mesmos intelectuais de ideias mofadas de sempre e zero vibração. Se uma causa dessa gravidade não empolga a esta altura é porque a democracia sangra e Bozo periga ganhar” - Barbara Gancia, jornalista de esquerda, surpreendendo-se ao sair da bolha e dar uma espiadinha no mundo real.
“A Érica que não é dessa família. É a ovelha negra da família - Marcela Fetter, atriz. Ela foi repreendida em público em um programa de TV por ter usado esta expressão, supostamente racista. Realmente é um problema muito grave a segregação racial no mundo das ovelhas.
“Hahahahahaha. Pesquisa a gente compra na empresa de pesquisa, carne no açougue, peixe na peixaria…” - Roberto Requião, aliado de Lula e candidato ao governo do Paraná. Pouco antes Requião tinha dito que Lula, de acordo com as pesquisas, venceria com 60% no primeiro turno. Junte os pontos.
“Falta de bandeira do Brasil é vista como principal falha em ato na USP” — manchete do jornal Folha de S. Paulo. Em compensação, o que não faltou ao tal ato foi gente com camiseta do democrata Che Guevara e bandeiras do PT e do Partido Comunista, que louva a democracia de Stalin e Mao Tsé-tung.
PRÊMIO EXXON-VALDEZ DE JORNALISMO
“Inferno astral, virar o ascendente aos 30: desmestifique [sic] polêmicas astrais…” - Universa, portal transcendental do UOL. Não basta desafiar a ciência: é preciso enfrentar a língua heteronormativa, supremacista e opressora também.
MEMÓRIA
“Fui ao Gabão aprender como se fica 37 anos no poder” - Lula, ex-presidiário, candidato à Presidência e defensor da democracia (dizem), em 2004, durante uma viagem à África. Imagina se fosse o Bolsonaro!
"Com isso, aferimos, a partir do referencial teórico-metodológico que o espaço do Aplicativo Tinder produz masculinidades, e estas estão ligadas a atributos iguais aos dos espaços físicos, como fortes, não afeminados e magros". - Diego Miranda Nunes, em sua dissertação de mestrado de 2019, em que descreve suas aventuras no Tinder. Na última quarta (10), Diego cumpriu mais uma etapa em sua carreira acadêmica e defendeu a qualificação da tese "Ciberespaço e Espacialidade dos Corpos Gordos de Homens Gays no contexto de Florianópolis". Você pagou por tudo isso. Quando Diego ganhar o Nobel, você vai compartilhar o crédito por toda essa siença?
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