“Hoje faz sete dias que o presidente do Brasil não arruma briga com ninguém, não é preconceituoso com minorias nem espalha desinformação e ódio. Que siga assim” – Guilherme Amado, jornalista, cuja ideia de utopia é todo mundo pobre, mas muito polido.
“Pus todo esforço tentando não esfregar [alarmismo climático] na cara das pessoas, porque as pessoas não respondem bem a isso. Não vou te dizer o que fazer. Só te dizer por que eu faço o que eu faço. (Risos.) Mas você é uma pessoa ruim se não fizer” – Billie Eilish, cantora de 21 anos, emitindo opiniões exatamente como se espera de uma cantora de 21 anos.
“Há quanto tempo você não é encoxado ou encoxada entre um muro e um poste? Você está com inveja. Sente inveja da disposição do jovem casal, dos hormônios, do apaixonamento” – Ana Canosa, colunista do Universa, em um artigo em que ela imagina um casal de adolescentes fazendo isso aí e condena indignados imaginários. Querida, você já viu adolescentes? Espinhas, corpos mal crescidos, chatice… o que está precisando de tratamento não é a indignação imaginária alheia, é a sua imaginação. E seu vocabulário.
“‘Estou gay até o dia 12 de janeiro’: dilemas modernos da sexualidade fluida” – título da coluna da Ana Canosa, mais uma vez. Não só ela acreditou no enrustido, como resolveu problematizar o armário como uma nova ‘sexualidade fluida’.
“‘Pocketing’: conheça o novo tipo de relacionamento que não inclui o parceiro na sua vida social. Casais exploram o campo sexual, mas não o emocional” – Gabriela Origlia, em matéria para o La Nacion. Na nossa época isso se chamava “colocar fulano em banho maria” ou “chifring”. Já esse estilo de reportagem de cultura que alega ter encontrado um novo fenômeno social se chama “nothing”.
“Eu às vezes fico muito, mas muito irritado e peço desculpas para pessoas que eu fico irritado porque é o seguinte: o mercado não tem coração, não tem sensibilidade, não tem humanismo” – Luiz Inácio Lula da Silva, presidente, com saudade do coração, sensibilidade e humanismo da Odebrecht e a OAS; ali sim tinha gente boa.
Cantinho do vandalismo
“Temos um presidente novo, temos um governo novo, vamos torcer para o piloto como eu sempre falo, que faça uma ótima viagem, até eu estou dentro do mesmo avião” – Luciano Hang, aquele da Havan, que continua sob censura nas redes sociais.
“O terrorismo é a vitória do mal e do crime disfarçados de ideologia. Dia de luto para as pessoas de bem de qualquer credo político. A Justiça virá. E os Deuses da democracia protegerão as instituições e cobrirão de vergonha os criminosos que procuram destruí-la” – Luís Roberto Barroso, ministro do STF. O ex-devoto de João de Deus agora reza aos “Deuses da Democracia”.
“Eu poderia chamar de nazistas fanáticos, stalinistas fanáticos… Ou melhor, stalinistas não” – Luiz Inácio Lula da Silva, presidente que, como se pode observar, só fala algo sensato quando é ato falho. Não é comunista, mas toma o cuidado de não ofender os stalinistas.
“Resolveu algo? Não. Vai piorar? Sim. Parabéns aos envolvidos” – Emerson Grigollette, advogado. Bom resumo.
“Agora é oficial: vamos para as ruas! Se prepararem pra conhecer a verdadeira força do povo! Entre uma guerra civil e uma ditadura, escolho a primeira opção!” – André Janones, deputado federal, vira-casacas e principal prova de que Alexandre de Moraes não está interessado no que é dito, só em quem diz.
“Não existe bolsonarismo radical porque bolsonarismo é nazismo e não há nazismo moderado” – Michel Gherman, cuja descrição não vai surpreender a ninguém: professor de sociologia da UFRJ.
“Para que nunca se esqueça!” – Jean Wyllys, ex-deputado, autoexilado e bolsista do Soros, acompanhando um desenho dele próprio dando uma cusparada no Bolsonaro. Não apenas faltou com o decoro quando deputado, mas também se orgulha disso.
“Bolsonaro incentivou atos como os que aconteceram ontem em Brasília, se omitiu nos primeiros casos de violência e agora faz meia culpa. Bolsonaro é culpado, sim!” – União Brasileira dos Estudantes Secundaristas (UBES). Não só não sabem como se escreve mea culpa (“minha culpa” em latim), como não sabem o que significa também. Sabem como são os estudantes que não estudam: meia entrada, meia culpa e meia inteligência.
“Vamos pedir a cassação de Ricardo Barros e todos parlamentares golpistas!” – Guilherme Boulos, deputado federal e líder do PSOL. De invasão ele entende.
“Terroristas querem que prisão seja colônia de férias”
— Alexandre de Moraes, ministro do STF, moderador-geral da República e sommelier de estabelecimentos penais.
“A democracia brasileira não irá mais suportar a ignóbil política de apaziguamento, cujo fracasso foi amplamente demonstrado na tentativa de acordo do então primeiro-ministro inglês Neville Chamberlain com Adolf Hitler” – Alexandre de Moraes, censor-geral da República. É isso mesmo: agora ele está se comparando a Winston Churchill. A única coisa que ele tem em comum com Churchill é a careca, e olhe lá, que Churchill ainda tinha uma penugem no telhado.
“A gente sofreu uma tentativa de golpe, as três casas dos poderes foram completamente destruídas, e tem artista, tem influenciador, que fica postando foto de biquíni, bebendo champagne, comendo lagosta, mostrando o abdômen sarado, o que quer que seja. Não é o momento para isso, pessoal. Não dá para a gente falar com milhões de pessoas e fingir que nada está acontecendo” – Monica Iozzi, aquela que era do CQC e todo mundo esquece o que ela faz agora (“atriz e apresentadora”, diz o UOL). De todas pessoas que ela podia chamar à ação, pensa logo nos narcisistas do Instagram? Iludida. Aqueles ali só mexem os glúteos para defini-los mais ainda.
“Quem votou em Bolsonaro torceu pelo sucesso do golpe?” – Ricardo Noblat, jornalista, em enquete para seus seguidores. 75,8% responderam “sim”. E foi assim que Noblat descobriu que vive numa bolha de esquerda.
“‘Capitólio Tupiniquim’. Acabam cometendo racismo contra um povo inteiro” – Trudruá Dorrico, colunista do Ecoa, mais um site progressista do UOL (o nome dela no link da coluna, contudo, é “Julie Dorrico”). Imagine, acusar brasileiros de racistas por usarem o nome “tupiniquim” para significar “brasileiro”. Que programa de índio…
“Vamos pegar em armas” – Rejane de Almeida, deputada estadual do Rio pelo PCdoB. Agora sim, voltamos à normalidade: golpismo e violência só o do bem, dos comunistas.
Cantinho Glenn vs. Chico
“Existe agora, ou já existiu, uma democracia moderna onde um único juiz exerce o poder que Alexandre de Moraes possui no Brasil? Não consigo pensar em nenhum exemplo sequer próximo” – Glenn Greenwald, jornalista, perguntando o óbvio.
“Qual é a tua, Glenn? Há alguma informação relevante a dar? O País ameaçado, à beira de um golpe, o Judiciário em recesso e vc vem criticar quem luta contra o terrorismo bolsonarista? O que se passa com você?” – Chico Pinheiro, jornalista, falando como um brigão de bar que dá peitadas em alguém que tenha olhado torto para ele. Ele é mineiro, aliás, então esse “tua” está mais teatral do que já parece.
“É incrível ler esta acusação. Essa tática é a mesma usada pelo governo Bush após o ataque de 11 de setembro para silenciar críticos: Nosso país foi atacado! Qualquer um que questione os poderes que invocamos está do lado dos terroristas! É uma tática autoritária e desonesta” – Glenn Greenwald, respondendo ao Chico. Continue assim, Glenn, que um dia esqueceremos que você foi um dos responsáveis por soltar Lula.
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