No sábado, terroristas do Hamas, apoiados pelo Irã, cercaram centenas de jovens foliões em um festival de música no sul de Israel. Eles abriram fogo contra eles e perseguiram aqueles que tentaram escapar — estuprando, massacrando, mutilando e sequestrando-os para futuras torturas. Outros terroristas infiltraram-se nas casas de agricultores, matando crianças e mães, arrastando idosos em cadeiras de rodas e carregando as vítimas em picapes como reféns.
A congressista [democrata e muçulmana] de Minnesota Ilhan Omar respondeu pedindo a Israel que não se defenda ou retalie, ações que ela denunciou como "violência sem sentido", que "só repetirá o ciclo vicioso".
A resposta de Omar ecoa sua posição sobre o crime. Ela e os reformadores progressistas lutam pela abolição de prisões e da polícia, para eleger promotores comprometidos em reduzir as acusações de infratores. Pulando a parte da punição da justiça, eles reduzem a moral a um conto de fadas politicamente interessado de resistência do oprimido a um opressor.
Dessa forma, os ideólogos convenceram autoridades, jornalistas e um número significativo de americanos a se contentar com os objetivos fáceis de justiça social e antirracismo. Opiniões da moda sobre Israel operam precisamente neste tipo de vácuo moral.
Não é surpresa, portanto, que grupos antipolícia, como Black Lives Matter, tenham alianças de longa data com extremistas da "libertação" palestina. Durante a última ação defensiva de Israel contra o Hamas, em 2021, a organizadora do BLM e futura congressista [democrata] Cori Bush fez um discurso no plenário da Câmara, comparando as queixas dos palestinos às do BLM. "Enquanto marchamos em defesa das vidas negras… estamos dizendo que nosso próprio governo financia uma disposição brutal e militarizada em relação à nossa existência — de Ferguson à Palestina". O deputado [democrata] Jamaal Bowman seguiu a mesma linha, emitindo uma declaração equiparando a experiência dos palestinos à dos afro-americanos. "Como homem negro na América, entendo em um nível pessoal o que significa viver em uma sociedade projetada para perpetuar a violência contra pessoas que se parecem comigo", disse Bowman. "Minha experiência de injustiça sistêmica… informa minha visão do que está acontecendo agora em Israel e na Palestina".
Essa fusão ideológica de atitudes em relação à violência criminal doméstica e ao terrorismo no Oriente Médio também foi exibida durante a violência dos protestos contra a morte de George Floyd em 2020, quando manifestantes do BLM e agitadores antipolícia abraçaram a causa anti-Israel. Em uma manifestação no Brooklyn semanas após a morte de Floyd, os participantes pediram a eliminação de Israel, assim como dos Estados Unidos. Eles gritaram "Morte a Israel", "Morte à América" e "Da Faixa de Gaza a Minnesota, globalizem a Intifada!".
Mesmo meia década antes, a co-fundadora do BLM Patrisse Cullors já havia abraçado a causa anti-Israel, afirmando na revista Ebony em 2015 que, quando negamos que Israel abraça o apartheid, "somos parte da violência sionista". Talvez ela também tenha se inspirado no tweet anterior de Omar, de 2012: "Israel hipnotizou o mundo, que Alá desperte as pessoas e as ajude a ver as más ações de Israel. #Gaza #Palestina #Israel".
Os progressistas da justiça criminal nos pedem para nos imaginar como infratores no momento em que os infratores interagem com a aplicação da lei; eles querem que sintamos empatia pelo quão desagradável isso deve ser e julguemos o que é certo apenas neste momento. Eles oferecem essa visão míope como a única perspectiva moral aceitável. Eles não querem que imaginemos infratores no momento em que estão brutalizando pessoas inocentes. Eles querem que vejamos os perpetradores como vítimas.
Há uma razão, então, para que manifestantes antipolícia encontrem uma causa comum com aqueles que gritam "Morte a Israel". Ideólogos de ambos os grupos vivem em um plano moral unidimensional onde aprisionar um criminoso é tão errado quanto um criminoso matar uma pessoa inocente e onde Israel se defender é tão condenável quanto os atiradores do Hamas massacrando centenas de jovens em um rave no deserto ou decepando a cabeça de bebês.
Nos dias e semanas seguintes, Omar e outros vão lamentar a agressão israelense e os anti-sionistas vão condenar Israel pelo próprio terrorismo do Hamas — na verdade, três dúzias de grupos de estudantes de Harvard já fizeram isso.
Eles vão instar Israel a não usar a força contra os combatentes do Hamas e a abster-se de se defender. Eles vão nos implorar para pensar o quão terrível será a resposta militar de Israel para os palestinos — e classificar essa empatia acima de quaisquer considerações de segurança, justiça ou paz futura de Israel.
Uma moralidade mais ponderada exige algo mais: que imaginemos o momento em que os atiradores do Hamas saíram de suas casas nas primeiras horas da manhã e massacraram os jovens do festival da paz e profanaram seus corpos. Que imaginemos o momento em que eles atiraram em suas casas, capturando bebês e avós para serem massacrados. Que imaginemos o que pode acontecer com os reféns hoje, amanhã e no futuro. E que imaginemos como os assassinos planejaram essa selvageria, cientes de que Israel então responderia, em legítima defesa, possivelmente destruindo Gaza.
A verdadeira moralidade exige não apenas misericórdia, mas a realidade da punição.
Hannah E. Meyers é bolsista e diretora de policiamento e segurança pública no Instituto Manhattan.
©City Journal. Publicado com permissão. Original em inglês: The Morality of Punishment
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