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Josef Stalin incluiu no código penal soviético a prática de atos homossexuais, com penas de até 8 anos de detenção.
Josef Stalin incluiu no código penal soviético a prática de atos homossexuais, com penas de até 8 anos de detenção.| Foto: zanskar/Bigstock

Partidos de esquerda se orgulham de sua luta contra toda forma de preconceito e discriminação, e ao mesmo tempo lembram com orgulho de nomes como Karl Marx.

Algo, no mínimo contraditório, já que os líderes da esquerda se mostraram racistas ao longo da história. A postura deles não é diferente com os gays, lésbicas e todos que formam públicos identificados por siglas como LGBTTIQQ2SA+.

Por mais que os partidos comunistas se digam defensores dessa parcela da população, é provável que estas pessoas tivessem uma vida ainda muito mais difícil vivendo sob as ideias daqueles que são idolatrados pela esquerda.

A seguir, separamos algumas citações que mostram como ícones da esquerda eram preconceituosos contra os homossexuais.

1. “A homossexualidade é um vício burguês patológico” – Josef Stalin

Na década de 1930, Stalin incluiu no código penal soviético a prática de atos homossexuais, com penas que iam até 8 anos de detenção.

Durante seu governo, a homossexualidade foi considerada “contrarrevolucionária” e num dos maiores compêndios de conhecimento da União Soviética, a “Grande Enciclopédia Soviética” havia um verbete descrevendo que:

“Para a grande maioria das pessoas que se dedicam à homossexualidade, tais perversões se interrompem tão logo que a pessoa se encontre em um ambiente social favorável (…) Na sociedade soviética, com os seus costumes sadios, a homossexualidade é vista como uma perversão sexual e é considerada vergonhosa e criminal.”

2. “Somente na Alemanha um homem como esse pode vir e converter esse lixo numa teoria.” – Friedrich Engels

Marx e Friedrich Engels não tinham na homossexualidade o objeto principal de nenhuma de suas publicações. Mas o preconceito que ambos tinham contra os homossexuais era tão presente nas correspondências que trocavam que até mesmo o Partido Comunista do Brasil admitiu tal conduta.

Em certa ocasião, Marx emprestou a Engels um livro do alemão Karl Ulrich, que no final do século XIX havia iniciado uma discussão a respeito da descriminalização da homossexualidade.

Em resposta, Engels afirmou na carta:

“Os pederastas estão começando a contar-se e estão se dando conta que são um poder nesse estado. Só lhes faltava organização, porém segundo esta fonte aparentemente ela já existe em segredo. E como há homens importantes nos velhos partidos, inclusive nos novos (…), não podem deixar de triunfar (…). A propósito somente na Alemanha um homem como esse pode vir e converter esse lixo numa teoria.”

3. “Não podemos acreditar que um homossexual poderia reunir as condições e os requisitos de conduta que permitiriam considerá-lo um verdadeiro revolucionário, um verdadeiro militante comunista.” – Fidel Castro

A vida dos homossexuais cubanos é marcada pela perseguição antes mesmo da revolução. O país contava com leis bem específicas contra a homossexualidade e era comum o uso da palavra “maricones” como ofensa a esse público.

Porém, a economia local era fortemente impulsionada por bares e clubes LGBT. A homofobia foi institucionalizada em 1959, por influência da União Soviética e suas políticas de hostilidade contra lésbicas e gays, e os “maricones” passaram a ser vistos como agentes do imperialismo.

4. “O trabalho os fará homens.” – Che Guevara

Para o revolucionário, o homem era um produto ainda não acabado, e deveria assim se sujeitar a um trabalho contínuo de formação para erradicar de sua consciência individual “as taras do passado.” E uma das formas encontradas pelo governo cubano de acabar com essas taras, inclusive a homossexualidade, foram as Unidades Militares de Ajuda à Produção (UMAP).

Na teoria, locais destinados ao cumprimento de serviço militar obrigatório para que os jovens não se tornassem “parasitas, incapazes de produzir algo, ou delinquentes, seres inúteis para a sociedade.”

Na prática, campos de trabalho forçado para “reeducar”, entre outros grupos, os homossexuais. Relatos de sobreviventes dão conta de que na entrada de um dos campos havia escrita a frase “O trabalho os fará homens”, algo parecido com o que os nazistas fizeram no campo de Auschwitz.

5. “Existe uma cura para os homossexuais.” – Salvador Allende

Ao fazer uma pesquisa para um livro sobre nazistas na América Latina, o historiador Victor Farias encontrou relatos no mínimo perturbadores sobre o ex-presidente chileno Salvador Allende, praticamente um herói para os socialistas latino-americanos.

Allende, segundo Farias, relutou muito em extraditar um nazista suspeito de ter cometido crimes de guerra. O historiador resolveu se aprofundar no caso e encontrou uma dissertação escrita por Allende na qual ele defende a cura da homossexualidade por meio de uma cirurgia bizarra.

O documento de 160 páginas, intitulado “Higiene Mental e Delinquência” foi enviado por Farias para o Instituto Allende, em Santiago, para que lhe fosse confirmada a autenticidade. “Eu achei que tinha ficado louco. (...) Havia uma teoria que ele elogiava que a homossexualidade era um crime, e poderia ser corrigida com cirurgia – furos seriam feitos no estômago, nos quais seriam inseridos pequenos pedaços de testículos. Isso tornaria a pessoa heterossexual”, disse Farias em entrevista ao site inglês The Telegraph.

“Ele escreve também sobre as diferentes raças e suas predileções sobre alguns crimes, ele diz que os judeus são geneticamente programados para cometerem fraudes, roubos e usura. Isso é teoria nazista pura, e ele dizia que era genética”, conclui Farias.

Em entrevista a um programa de TV chileno, o apresentador José Miguel Villouta usou palavras duras para falar sobre a história de Allende: “Me parece uma idiotice ser gay e ser de esquerda quando nunca se discutiu a opinião de Allende sobre os gays. E aqui todos vão ficar com raiva porque estou desconstruindo o ‘presente’ que ele nos deixou”.

Villouta frisa que as opiniões de Allende não eram meras crenças da época: “Ele considerava que os gays deveriam ser operados para que fossem curados. E todo mundo vai dizer ‘veja bem, essas eram crenças da época.’ Não, não, não. No Uruguai a homossexualidade era descriminalizada no mesmo ano em que Allende apresentava essa tese”.

“Tem um escritor por aí que diz que isso era bobagens da época. Bobagem para você, que é um homem heterossexual. Eu que tenho que viver neste país com a imagem de Allende em todo lugar, sem nunca ter havido nenhuma discussão a respeito... Que a esquerda chilena não faça eco com isso, não posso dizer que sou de esquerda. Busquem outro santo, que para mim, isso é uma violência”, encerrou Villouta.

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