Encontre matérias e conteúdos da Gazeta do Povo
Artigo

O tripé do crime e o fracasso da segurança pública de Lula

Em 2024, Lula usou boné do "CPX" (abreviação de Complexo do Alemão) durante evento na comunidade.
Em 2024, Lula usou boné do "CPX" (abreviação de Complexo do Alemão) durante evento na comunidade. (Foto: Tânia Rêgo/Agência Brasil)

Ouça este conteúdo

Sou policial federal, pai de família e homem público há mais de uma década. Vejo, com tristeza e indignação, o Brasil mergulhar novamente em uma crise de segurança pública sem precedentes. Todos nós, independentemente de classe social, já sentimos o peso da criminalidade, seja ao sermos vítimas diretas, seja ao vermos pessoas próximas caírem nas mãos de bandidos.

O problema do Brasil é a criminalidade sistematizada, alimentada por um conjunto de políticas e atores – como políticos, juízes, promotores, escritores e "especialistas" em geral – que, sob o disfarce dos “direitos humanos”, tratam criminosos perigosos como se fossem vítimas da sociedade. É essa distorção moral que nos trouxe até aqui.

O promotor Diego Pessi, em coautoria com Leonardo Giardin, detalha o problema em seu livro Bandidolatria e Democídio. Diego Pessi é quem melhor apresenta o conceito do tripé da insegurança. Três políticas destrutivas sustentam o caos:

• O desencarceramento, que liberta criminosos reincidentes sob o pretexto da “ressocialização”, colocando a polícia para, frequentemente, prender marginais com a ficha criminal que dá a volta no quarteirão;

• O desarmamento, que retira o direito do cidadão de se proteger e estimula bandidos a delinquirem mesmo sob a luz do dia; e

• O tráfico de drogas, motor financeiro e logístico de todo o crime organizado, seja emprestando armas, fornecendo abrigo seguro a ladrões e sequestradores ou mesmo ao marginal sob efeito de entorpecentes para cometer seus ilícitos. Em qualquer modalidade, o tráfico sempre está conectado à delinquência violenta.

Enquanto o Estado brasileiro insiste em dar “novas chances” a quem mata, estupra e rouba, o cidadão de bem é abandonado, desarmado, vulnerável e refém do medo.

O maior exemplo contemporâneo da solução vem de El Salvador, que em 2016 tinha a maior taxa de homicídios do mundo: 102 por 100 mil habitantes. Sob o comando do presidente Nayib Bukele, essa taxa caiu para menos de 2, o mesmo nível do Canadá.

Visitei o país em 2023 e conheci pessoalmente o Ministro da Justiça, Gustavo Villatoro, o CEO da transformação. O segredo foi simples: fim do desencarceramento. Em El Salvador, bandido perigoso não tem mais “saidinha”, não tem “indulto natalino” e não usa celular dentro da cadeia. Da mesma forma que nos países desenvolvidos mais seguros do mundo, a conduta ilícita gera consequências – para o marginal.

Bukele não tratou o crime com aspirina, aplicou quimioterapia institucional. Ele levou adiante duas medidas principais: plano de controle territorial associado a um estado de exceção com uma nova visão de direitos humanos, centrada nas vítimas e não nos criminosos. O resultado é histórico: de país dominado por facções, El Salvador se tornou o país mais seguro das Américas. E o povo retribuiu com 85% dos votos e ampla maioria no Parlamento.

O segundo pilar da insegurança é o tráfico de drogas, que sustenta sequestros, assaltos, execuções e corrupção. O exemplo de sucesso vem da Colômbia de Álvaro Uribe, que enfrentou as FARC, bombardeou plantações de coca e quase erradicou o narcoterrorismo.

O atual governo não combate o tráfico, e sim o alimenta

A paz só foi rompida quando seu sucessor, Juan Manuel Santos, ignorou um plebiscito popular e transformou a guerrilha em partido político. Sim, hoje as FARC têm cota para deputado e senador na Colômbia. Vale lembrar que foi Lula quem, ainda em 2008, aconselhou as FARC a se tornar um partido político, mesmo exemplo do Hezbollah no Líbano. Aliás, Lula e FARC têm uma íntima ligação no Foro de São Paulo, cuja criação em 1990 contou na abertura com a leitura da carta de um dos líderes da guerrilha colombiana, que se manteve oficialmente no grupo esquerdista até o sequestro da senadora colombiana Ingrid Betancourt, oportunidade em que saíram apenas oficialmente do Foro.

No Brasil, o lulismo segue a mesma cartilha. O atual governo não combate o tráfico, e sim o alimenta. Lula recusou-se a classificar PCC e CV como organizações terroristas, desautorizando até recomendações do governo americano. E, segundo o ex-chefe de inteligência venezuelano Hugo “El Pollo” Carvajal, o narcotráfico financiou campanhas de Lula e outros líderes do Foro de São Paulo.

Essa é a verdade que a esquerda tenta esconder: o crime é parte da engrenagem política que a mantém no poder. Veja se Lula apoia a polícia na maior operação contra o tráfico de drogas da história do Rio de Janeiro? Não. Ele silencia, não quer se indispor com seus comparsas.

A terceira parte do tripé é o desarmamento. Nenhum país se tornou seguro desarmando o cidadão de bem. Desarmar é controlar, não proteger. Os maiores ditadores da história, como Hitler, Stálin, Mao, Castro, Chávez, Maduro, seguiram o mesmo manual: tirar as armas do povo para consolidar o poder. Povo desarmado é povo escravizado.

Os Estados Unidos seguiram o caminho oposto. Nos anos 1980, tinham taxa de homicídios semelhante à do Brasil, à época (cerca de 10 por 100 mil habitantes). Hoje, mesmo com centenas de milhões de armas legais, a taxa americana é inferior a 5. Já o Brasil, após o Estatuto do Desarmamento de 2003, viu os homicídios explodirem para mais de 40 por 100 mil habitantes.

Em 2005, 64% dos brasileiros disseram “NÃO” ao desarmamento em referendo nacional, mas Lula e a esquerda, como de costume, ignoraram a voz do povo. Somente com Jair Bolsonaro o Brasil inverteu essa curva: mais armas legais, menos homicídios. Em 2019 tivemos a maior queda de assassinatos de toda a história nacional, redução de 21%, conforme estudo do professor Fabrício Rebelo (CEPEDES). O cômputo total dos quatro anos do presidente Jair Bolsonaro superou em um terço a redução de assassinatos.

O recado é claro: o criminoso teme o cidadão armado. E o governo que desarma o povo se alia ao bandido.

Desta maneira, o Brasil precisa escolher: continuar refém do tripé da insegurança – desencarceramento, desarmamento e tráfico de drogas – ou seguir o caminho da ordem, da coragem e da verdade.

Enquanto o governo atual protege criminosos, quem paga o preço são as famílias de bem, que enterram filhos e vivem trancadas em casa. A solução existe e já foi provada no mundo: encarcerar quem deve ser encarcerado, desarticular o tráfico e garantir ao cidadão o direito de se defender.

Foi assim que El Salvador se libertou. Foi assim que Bolsonaro reduziu homicídios. E será assim que o Brasil voltará a ser um país seguro, justo e respeitado sem Lula e o PT. 

Eduardo Bolsonaro é deputado federal (PL/SP).

Principais Manchetes

Receba nossas notícias NO CELULAR

WhatsappTelegram

WHATSAPP: As regras de privacidade dos grupos são definidas pelo WhatsApp. Ao entrar, seu número pode ser visto por outros integrantes do grupo.