com informações da EFE
O partido governista da África do Sul, o histórico Congresso Nacional Africano (CNA), venceu as eleições gerais, mas perdeu a maioria absoluta com que governa desde que Nelson Mandela chegou ao poder, em 1994. É o que indicam os primeiros resultados publicados nesta quinta-feira pela Comissão Eleitoral Independente (IEC).
Com a apuração ainda em 13,45% do total, a tendência de queda prevista pelas pesquisas pré-eleitorais continua e o CNA aparece agora com 42,49% dos votos, razão pela qual o atual presidente, Cyril Ramaphosa, teria de fechar acordos com outras legendas para conseguir um segundo mandato de cinco anos.
Embora os resultados tenham piorado a cada eleição desde 2004 para o CNA, nos pleitos gerais de 2019 o partido conseguiu manter uma maioria confortável de 57,5%. Agora, se a tendência continuar, o partido perderá cerca de 15 pontos percentuais.
Seria a primeira vez que o CNA não obteria a maioria absoluta desde as primeiras eleições multirraciais na África do Sul, após o fim do regime segregacionista do apartheid em 1994, quando Mandela se tornou o primeiro presidente negro do país.
Em segundo lugar na apuração está a Aliança Democrática (DA), de centro-direita liberal. A sigla chefiada por John Steenhuisen obteve 26,12% dos votos, melhorando muito o resultado de 2019, quando obteve 20,77%.
A AD é o principal partido da oposição, herdeiro da liderança política branca que se opôs ao regime do apartheid e tradicionalmente associado ao voto da minoria branca, que representa 7,70% da população sul-africana.
O terceiro lugar é ocupado pelos Combatentes pela Liberdade Econômica (EFF, de extrema-esquerda), de Julius Malema, com 8,40%, enquanto em quarto lugar está o uMkhonto weSizwe (Partido MK), o novo partido do ex-presidente Jacob Zuma (2009-2018), com 7,75%.
Zuma tentou concorrer às eleições como chefe da nova legenda política, mas o Tribunal Constitucional impediu-o em plena campanha eleitoral, uma vez que ele foi condenado a 15 meses de prisão por desacato em 2021.
No entanto, o surgimento do MK influenciou a divisão de votos com o CNA, também afetado por casos de corrupção como os protagonizados pelo próprio Zuma e desgastado pelos problemas que afligem o país, como o elevado desemprego, a criminalidade e as interrupções no fornecimento de energia.
Quase 28 milhões de sul-africanos estavam aptos a depositar seus votos em um total de 23.293 mesas de votação, das quais 3.132 já foram apuradas, segundo a IEC.
Os sul-africanos decidiram entre 70 partidos e 11 candidatos independentes para eleger os 400 membros da Assembleia Nacional (Câmara baixa do Parlamento), que por sua vez devem escolher o presidente. Além disso, a população votou para decidir as autoridades das nove províncias do país.
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