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A Câmara Baixa do Parlamento alemão aprovou nesta sexta-feira (5) uma lei sobre um novo serviço militar, que será inicialmente voluntário, embora inclua a possibilidade de recorrer ao recrutamento obrigatório, se necessário.
O ministro da Defesa, Boris Pistorius, enfatizou a natureza voluntária do serviço, mas alertou que, se a situação de ameaça permanecer a mesma ou piorar, "não teremos outra escolha senão recorrer ao serviço militar parcialmente obrigatório para proteger este país", disse ele na sessão plenária.
Um total de 323 parlamentares votaram a favor, 272 contra e um se absteve. Enquanto a votação acontecia, protestos de jovens – uma chamada "greve estudantil" – ocorreram em 90 cidades alemãs sob o lema "Não queremos ser bucha de canhão".
Todos os homens e mulheres maiores de 18 anos receberão um formulário no início de 2026 para avaliar sua motivação e aptidão para o serviço.
O preenchimento do formulário é obrigatório para os homens e voluntário para as mulheres. Para homens nascidos a partir de 1º de janeiro de 2008, o exame médico também será obrigatório.
A lei estipula um salário bruto mensal mínimo de 2.600 euros para os recrutas. Se o serviço durar pelo menos um ano, será oferecida assistência para a obtenção da carteira de habilitação.
A duração mínima do serviço será de seis meses, podendo ser prorrogada pelo tempo que o indivíduo julgar necessário.
Pistorius observou que países como Suécia, Letônia, Lituânia e Croácia, entre outros, "reagiram à mudança no cenário de ameaças" e recentemente "retomaram o processo de reintrodução de alguma forma de serviço militar", assim como a França, parceira mais próxima da Alemanha, anunciou há alguns dias.
"Precisamos ser claros sobre o que tudo isso significa, e esse é o debate que precisava ser realizado", acrescentou, ressaltando que esse debate também está acontecendo nas ruas, com manifestações e greves organizadas por estudantes contra a reinstalação do serviço militar obrigatório.
A este respeito, Pistorius afirmou que este ativismo demonstra que os jovens estão interessados, empenhados e conscientes das questões em causa, e que nem sempre concordam com tudo o que é decidido no Parlamento, que, por sua vez, tem de debater, apresentar propostas e ouvir, acrescentou.
Ao mesmo tempo, expressou a sua convicção de que existem muito mais jovens dispostos a assumir responsabilidades do que a opinião pública nos leva a crer.
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