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Aliados do ex-ditador Bashar al-Assad estão formando milícias para tentar desestabilizar o novo governo da Síria, apontou a agência britânica Reuters em reportagem publicada nesta sexta-feira (5).
Assad, sua família e ex-integrantes da cúpula do seu regime se exilaram na Rússia em dezembro de 2024, depois do ditador ter sido derrubado em uma ofensiva-relâmpago de rebeldes sírios contra quem travava uma guerra desde 2011. A mudança de regime pôs fim a mais de 50 anos de ditadura da família Assad na Síria.
Fontes consultadas pela Reuters afirmaram que, embora o ex-ditador esteja “conformado” com seu exílio na Rússia, dois aliados dele, o major-general Kamal Hassan, que foi chefe de inteligência durante a ditadura de Assad, e o bilionário Rami Makhlouf (primo de Assad), e o irmão do ex-líder, Maher, buscam mobilizar combatentes para desestabilizar o novo governo do país árabe.
De acordo com apuração da agência, Hassan e Makhlouf estão “competindo” para formar milícias no litoral da Síria e no Líbano, que seriam compostas por membros da minoria alauíta, associada à família Assad.
Os dois aliados de Assad e outras facções que disputam o poder estão financiando mais de 50 mil combatentes na expectativa de conquistar sua lealdade, segundo a Reuters.
Quatro fontes próximas a Assad disseram que Maher, que também está no exílio em Moscou, ainda controla milhares de ex-soldados no Oriente Médio, mas ainda não ofereceu dinheiro nem ordens para ações contra o novo governo sírio.
Dois oficiais e um governador regional sírio disseram que Hassan e Makhlouf controlam uma rede de 14 salas de comando subterrâneas que foram construídas no litoral da Síria ao final do regime de Assad e também depósitos de armas.
“Essa competição continua, mas em vez de o objetivo ser agradar Assad, o foco agora é encontrar seu sucessor e controlar a comunidade alauíta”, disse Annsar Shahhoud, pesquisadora especialista em estudos sobre a ditadura de Assad.







