O presidente da Colômbia, Álvaro Uribe, decretou na noite desta quinta-feira (9) estado de exceção por 90 dias para enfrentar a crise causada pela greve de funcionários do Judiciário, que já dura 37 dias e que bloqueou cerca de 160 mil processos. Numa mensagem transmitida para todo o país, o presidente disse que se decidiu pelo estado de comoção interior depois que fracassaram as negociações com os empregados judiciais. Uribe justificou a necessidade da medida devido aos danos sofridos pelo país com os processos parados, com a quantidade de criminosos que ficaram soltos ou a ponto de voltar às ruas.
Segundo Uribe, durante a greve, mais de 2.700 pessoas capturadas por homicídio, narcotráfico e porte de arma ficaram em liberdade por ter vencido o mandato de prisão; mais de 120 mil processos aguardam sentença; e não se realizaram outras 25 mil audiências.
"Isso está causando ao país uma tragédia", disse Uribe, que passou o dia em consulta com assessores antes de anunciar o decreto.
O presidente advertiu que poderiam ficar livres, devido à greve, traficantes de drogas e autores de crimes graves, como o responsável pelo seqüestro e morte de Liliana Gaviria, irmã do ex-presidente César Gaviria, morta em 2006.
Segundo o ministro do Interior, Fabio Valencia, o decreto dará ao conselho superior judiciário faculdades extraordinárias para garantir o descongestionamento dos despachos. De acordo com fontes no governo, após quase 40 dias de greve, os prejuízos chegam a US$ 60 milhões.
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