Nesta segunda-feira será dado o pontapé inicial das eleições presidenciais americanas de 2016. No estado de Iowa, no meio-oeste americano, serão realizadas as primeiras primárias dos partidos Democrata e Republicano. As primárias servem para que os dois principais partidos dos Estados Unidos escolham seus candidatos definitivos para as eleições, marcadas para o próximo dia 8 de novembro.
Iowa é um estado relativamente pequeno e pouco populoso, com apenas 3 milhões de habitantes – logo, longe de ser uma potência eleitoral como a Califórnia ou o Texas. Entretanto, desde 1972, é ali que o processo eleitoral começa – e um bom desempenho é considerado fundamental para o sucesso nas primárias seguintes.
A grande diferença é o modelo de votação. Ao contrário da maioria dos outros estados, nos quais os eleitores simplesmente vão as urnas e decidem seus candidatos, há em Iowa o que se chama de cáucus. Os moradores se reúnem em locais públicos e debatem não só os pré-candidatos, mas as propostas dos postulantes à presidência.
Assim, é possível ter uma ideia mais clara das tendências do eleitorado americano e da força real de cada pré-candidato. Um postulante ignorado nas pesquisas anteriores pode surpreender com uma plataforma que agrada o partido, e se firmar na disputa. Ou, o contrário, um pré-candidato aparentemente popular não convence, e fica em segundo plano.
Além disso, vale destacar que Iowa é um “swing state”. Nos últimos 30 anos, as posições de democratas e republicanos se consolidou na maioria dos estados – independente do candidato, é difícil que um republicano emplaque em Nova York, ou um democrata ganhe no Alabama. Iowa é um dos poucos onde essa divisão não é tão clara – e, como a eleição se dá por colégio eleitoral, os poucos votos de Iowa podem, na verdade, definir o presidente.
Os candidatos
No lado democrata, a disputa está polarizada entre o senador Bernie Sanders, considerado um pré-candidato à esquerda de Barack Obama e do resto do partido, e a ex-senadora Hillary Clinton, mulher do ex-presidente Bill Clinton, considerada uma pré-candidata também liberal (na acepção americana do termo), mas mais moderada.
Já no lado republicano, a disputa está embolada. O bilionário Donald Trump, com posições consideradas extremas em relação à imigração e à política externa, lidera as pesquisas. Os senadores Ted Cruz e Marco Rubio, também conservadores mas com ascendência hispânica e posições mais moderadas quanto à imigração, estão na segunda e terceira colocação respectivamente. Corre por fora o ex-governador da Florida Jeb Bush, irmão do ex-presidente George W. Bush, considerado moderado.