O presidente do governo da Espanha, Pedro Sánchez, anunciou nesta segunda-feira (29) que decidiu continuar à frente do Executivo, “com ainda mais força se possível”, depois do período de reflexão que pediu nos últimos dias diante do que considerou uma campanha de assédio e destruição de reputação contra ele e sua esposa, Begoña Gómez.
Sánchez anunciou a decisão em uma declaração institucional no Palácio de La Moncloa, sede da presidência do governo, acabando assim com a incógnita sobre a possibilidade da sua renúncia. “Decidi continuar, com ainda mais força se possível, à frente da presidência do governo da Espanha”, afirmou.
No último dia 16, a organização conservadora Mãos Limpas apresentou uma denúncia no Tribunal de Madri contra Gómez por tráfico de influência e corrupção nos negócios.
De acordo com os documentos divulgados pelo grupo, a esposa de Sánchez teria se aproveitando de sua posição para recomendar ou endossar com a sua assinatura empresários que concorrem a licitações públicas. Um dos vencedores de uma licitação no valor de 10 milhões de euros organizou posteriormente um mestrado dirigido por Begoña Gómez no Africa Center, do centro de estudos Instituto de Empresa.
Segundo a Mãos Limpas, a companhia aérea espanhola Air Europa “aceitou pagar 40 mil euros por ano ao Africa Center” e “o acordo entre a Globalia (dona da companhia aérea) e o Instituto de Empresa previa a entrega de 15 mil euros por ano em voos de primeira classe para a acusada e sua equipe”.
Na quinta-feira passada, o Ministério Público de Madri solicitou o arquivamento da investigação sob o argumento de que não há provas de crime que justifique a abertura de um processo penal contra a esposa de Sánchez. As informações foram confirmadas à Agência EFE por fontes familiarizadas com o caso.
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