O Paquistão confirmou nesta quarta-feira (17) o bloqueio do X (antigo Twitter) citando “preocupações” com a segurança nacional. O bloqueio, que ocorre desde fevereiro, foi oficialmente reconhecido pelo Ministério do Interior do pais por meio de um documento que foi enviado a um tribunal.
A decisão de bloquear o X no Paquistão foi tomada, segundo o ministério, após “relatórios confidenciais” das agências de inteligência e segurança do país, apontarem para o uso “indevido” da plataforma e a presença de “elementos hostis” nela com intenções de “desestabilizar a nação”. O ministério acusou o X de ser “relutante” em cooperar com as autoridades paquistanesas para resolver as “questões críticas”.
A confirmação do bloqueio da rede social ocorre após as eleições gerais realizadas em 8 de fevereiro, marcadas por alegações de fraude e manipulação de votos. O ex-primeiro-ministro Imran Khan, que está preso e foi proibido de concorrer na nesta eleição, teve também seu partido suspenso para disputa deste pleito, o que forçou seus candidatos a concorrerem como independentes.
Durante o mês eleitoral também houve relatos de interrupções generalizadas no acesso à plataforma do bilionário Elon Musk nas principais cidades do Paquistão e cortes nos serviços de internet móvel no dia da eleição.
A comunidade internacional, incluindo Reino Unido, Austrália, EUA e União Europeia, condenou o processo eleitoral do país e pediu investigações críveis sobre as denúncias de fraude.
Segundo informações do Hindustan Times, um alto funcionário do atual governo do premiê Shehbaz Sharif, que foi reeleito, fez uma admissão pública de que houve manipulação de votos nas eleições de fevereiro.
O Departamento de Estado dos EUA, por meio do porta-voz Matthew Miller, expressou apoio ao direito dos paquistaneses ao acesso à internet. Miller enfatizou a importância da disponibilidade das redes sociais para o povo paquistanês e para o mundo, no entanto, não falou diretamente sobre o bloqueio do X.
A decisão de suspender o X foi criticada pelo Chefe de Justiça do Tribunal Superior da província de Sindh, Aqeel Ahmed Abbasi, que recebeu o documento do governo. Abbasi questionou a eficácia da medida e expressou preocupação com a imagem internacional do Paquistão.
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