O governo da Argentina, do presidente libertário Javier Milei, informou nesta segunda-feira (18) que vai assinar a declaração final da cúpula dos líderes do G20, que será encerrada amanhã no Rio de Janeiro, mas manifestou discordância com “todo o conteúdo vinculado à Agenda 2030” – em referência aos Objetivos de Desenvolvimento Sustentável (ODS) das Nações Unidas.
Segundo informações do jornal argentino Clarín, num comunicado, a gestão Milei disse que o modelo de “organizações e fóruns internacionais como o G20” “está em crise, porque há muito tempo não cumpre o seu propósito original”.
“Sem obstaculizar a declaração dos outros líderes, o presidente Javier Milei deixou claro na sua participação no G20 que não apoia vários pontos da declaração, entre eles: a promoção da limitação da liberdade de expressão nas redes sociais, o esquema de imposição e vulnerabilização da soberania das instituições de governança global, o tratamento desigual perante a lei e, especialmente, a noção de que uma maior intervenção estatal é a forma de combater a fome”, disse o governo.
Mais cedo, a Argentina já havia anunciado de última hora a adesão à Aliança Global contra a Fome e a Pobreza, de iniciativa do presidente brasileiro Luiz Inácio Lula da Silva, mas também apontando ressalvas.
“Cada vez que se tentou combater a fome e a pobreza com medidas que aumentassem a presença do Estado na economia, o resultado foi o êxodo tanto da população quanto do capital, além de milhões de mortes de vidas humanas”, disse o governo na declaração desta tarde, pregando a desregulação dos mercados, que, afirmou, “já tirou 90% da população mundial da pobreza extrema e duplicou a expectativa de vida”.
“É por isso que o presidente Javier Milei exorta todos os líderes mundiais a seguirem este caminho, que na Argentina já está dando frutos depois de décadas de sofrimento em primeira mão pela fome e miséria causadas pela intervenção estatal. Este governo mantém a fé e a esperança de que a comunidade internacional se reencontre com os princípios que lhe deram vida”, acrescentou o governo argentino, que na declaração também se opôs ao “imposto sobre os super-ricos”, defendido por Lula.
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