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A ministra da Segurança da Argentina, Patricia Bullrich, durante a coletiva desta sexta-feira, com a foto de Hussein Ahmad Karaki no telão
A ministra da Segurança da Argentina, Patricia Bullrich, durante a coletiva desta sexta-feira, com a foto de Hussein Ahmad Karaki no telão| Foto: EFE/Juan Ignacio Roncoroni

A ministra da Segurança da Argentina, Patricia Bullrich, divulgou nesta sexta-feira (25) o relatório de uma investigação internacional que apontou o nome do chefe de operações do grupo libanês Hezbollah na América Latina, responsável pelos dois maiores atentados terroristas da história argentina, nos anos 1990, e que seguiria ativo, segundo a pasta.

Ele foi identificado como Hussein Ahmad Karaki, que hoje mora no Líbano. De acordo com Bullrich, o último registro de saída dele da Argentina foi em 1992, pouco antes de um atentado à Embaixada de Israel em Buenos Aires. Na Argentina, ele teria utilizado um documento de identificação colombiano, com o nome de Alberto León Nain.

O Ministério da Segurança argentino informou que a última fotografia de Karaki a que teve acesso é de um documento de identidade venezuelano, confeccionado pelo regime chavista – que tem vínculos históricos com o Hezbollah – em 2004, com o nome de David Assi.

“Hussein Ahmad Karaki supervisionou a logística dos dois ataques contra a Argentina: o da Embaixada de Israel em março de 1992 e o da Amia [Associação Mutual Israelita Argentina] em 18 de julho de 1994. Durante esse período, viajou pela Argentina, Brasil e Paraguai”, afirmou Bullrich em coletiva de imprensa, segundo informações do jornal Clarín.

De acordo com o relatório do governo da Argentina, em janeiro de 1992, Karaki recrutou em São Paulo um terrorista chamado Hussein Suleimanm, para contrabandear 5 kg de explosivos que posteriormente foram utilizados nos ataques terroristas em solo argentino.

Em fevereiro de 1992, Karaki comprou um carro que seria utilizado como carro-bomba no atentado na embaixada israelense, com um documento brasileiro em nome de Elías Ribeiro da Luz. Perto do horário do ataque, ele deixou a Argentina em um voo que partiu de Buenos Aires com destino a Foz do Iguaçu.

Bullrich disse que Karaki “desapareceu do radar e não foi detectado pelos serviços de inteligência ocidentais”, mas nunca deixou de atuar na América Latina e anos depois ativou novamente suas redes na região para tentar novos ataques terroristas na Colômbia, Venezuela, Chile, Brasil e na região da Tríplice Fronteira, mas todos foram frustrados.

A ministra afirmou que Karaki também está envolvido com o crime organizado latino-americano e sua rede atua na Europa.

Em abril, a Justiça da Argentina considerou o Irã responsável pelo atentado na sede da Amia, ocorrido em 18 de julho de 1994 e que matou 85 pessoas. Dois anos antes, um atentado à Embaixada de Israel em Buenos Aires havia deixado 29 mortos.

O tribunal responsável pela decisão disse que os dois ataques foram uma decisão política e estratégica do regime iraniano e foram executados pelo Hezbollah, “que agiu sob a inspiração, organização, planejamento e financiamento de organizações estatais e paraestatais subordinadas ao governo dos aiatolás”.

Dias depois, o governo da Argentina pediu a prisão internacional dos responsáveis ​​pelo atentado à Amia e destacou a reivindicação de que seja preso o ex-ministro do Interior iraniano Ahmad Vahidi.

Antes da divulgação do relatório nesta sexta-feira, Bullrich vinha denunciando um aumento das atividades do Hezbollah na América do Sul.

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