A polícia da Austrália informou nesta sexta-feira (12) que prendeu uma ex-soldado e seu marido, ambos de origem russa e cidadãos australianos, por supostamente terem acessado material militar "sensível" com a intenção de compartilhá-lo com autoridades russas.
Os acusados são uma mulher de 40 anos, que se tornou cidadã australiana em 2016 e foi soldado do Exército australiano, e seu marido, um trabalhador autônomo de 62 anos que se naturalizou australiano em 2020, de acordo com um comunicado da Polícia Federal Australiana.
Os dois, que chegaram à Austrália há mais de uma década, foram detidos nesta quinta-feira (11) em uma casa na cidade de Brisbane, no nordeste do país, de acordo com o comunicado.
A mulher, que trabalhou por vários anos como técnica de sistemas de informação e obteve uma autorização de segurança do Exército, e seu marido foram acusados de preparação para um ato de espionagem.
Essa é a primeira acusação de espionagem na Austrália desde a aprovação de uma Lei Anti-interferência Estrangeira em 2018 e acarreta uma pena máxima de 15 anos de prisão.
Em entrevista coletiva na capital do país, Canberra, o comissário da Polícia Federal Australiana Reece Kershaw disse que a suposta operação de espionagem russa "foi interrompida", o que significa que não representa mais um risco significativo para a segurança nacional.
"Nossos parceiros da Five Eyes (a aliança de inteligência que une Austrália, Estados Unidos, Canadá, Reino Unido e Nova Zelândia) e o governo australiano podem ter certeza de que os fortes vínculos com as agências estrangeiras de contrainteligência nos permitirão continuar a identificar e interromper as atividades de espionagem e interferência estrangeiras", declarou.
As autoridades australianas alegam que a mulher, que comparecerá a um tribunal de Brisbane ainda nesta sexta-feira ao lado do marido, fez viagens "não declaradas" à Rússia com e sem ele em 2023, durante um longo período em que ela estava de licença no Exército.
De acordo com a investigação, a ex-soldado instruiu seu marido a acessar sua conta oficial de trabalho e o orientou a acessar informações militares "específicas" e "sensíveis" que ele enviou diretamente para sua conta de e-mail particular enquanto ela estava na Rússia, com a intenção de fornecê-las a Moscou, segundo o comunicado da Polícia Federal.
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