Bloco econômico já cheio de ditaduras e com a Venezuela como candidata, os Brics têm um novo postulante autoritário: o Azerbaijão.
O Ministério das Relações Exteriores do país eurasiático apresentou formalmente um pedido para entrar no grupo nesta terça-feira (20), um dia após o ditador russo e parceiro Vladimir Putin fazer uma visita. O Azerbaijão é uma ditadura, governada desde 2003 por Ilham Aliyev.
A sigla Brics representa Brasil, Rússia, Índia, China e África do Sul, e no início do ano o grupo ganhou novos membros: Egito, Etiópia, Irã e Emirados Árabes Unidos.
A entrada da Argentina também foi aprovada no ano passado, mas o novo presidente do país, Javier Milei, recusou entrada no bloco. A Arábia Saudita, outra que teve entrada aprovada, ainda estuda quando entrará nos Brics.
No ano passado, o Azerbaijão realizou limpeza étnica num enclave armênio dentro do seu território.
Armênia e Azerbaijão, que tem capacidade militar maior, tinham uma divergência histórica sobre a região de Nagorno-Karabakh, localizada dentro do Azerbaijão, mas que possuía população étnica armênia.
O impasse foi resolvido de forma trágica após uma operação militar do Azerbaijão no enclave em setembro do ano passado. Devido à ofensiva, praticamente toda a população de 100 mil habitantes de Nagorno-Karabakh fugiu para a Armênia e o governo separatista de Artsakh, que controlava parte do enclave, assinou um decreto para dissolver todas as suas instituições estatais.
Forças de paz da Rússia intermediaram um acordo de cessar-fogo, mas não atuaram para repelir a invasão. Diante da inação de Moscou, os armênios aumentaram seus gastos com defesa e se aproximaram do Ocidente para parcerias na área.
Por fim, em junho deste ano, a Armênia anunciou que deixará a Organização do Tratado de Segurança Coletiva (OTSC), uma espécie de “OTAN da Rússia”, alegando que a aliança (integrada também por Rússia, Belarus, Cazaquistão, Quirguistão e Tajiquistão) não está cumprindo as suas obrigações contratuais de proteger seus membros e na verdade está planejando com o Azerbaijão uma guerra contra os armênios.
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