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Belgas pedem remoção de registro de batismo após papa chamar aborto de assassinato
O papa Francisco| Foto: EFE/EPA/ANGELO CARCONI

Mais de 500 cidadãos da Bélgica solicitaram oficialmente a exclusão de seus registros de batismo após a visita do papa Francisco ao país no último mês de setembro.

A solicitação formal foi encaminhada no último dia 16 deste mês, com a assinatura de 524 pessoas em uma carta aberta endereçada ao núncio apostólico em Bruxelas, dom Franco Coppola, ao arcebispo de Malines-Bruxelas, dom Luc Terlinden, e às sete dioceses do país.

Segundo informações da Agência Católica de Notícias (ACI), durante sua visita à Bélgica em setembro, o pontífice teria deixado muitas pessoas “decepcionadas” devido aos seus comentários sobre o papel das mulheres na sociedade e o aborto. Durante sua estadia no país, enquanto discursava na Universidade Católica de Louvain (UCLouvain), Francisco teria dito que “a mulher é acolhimento fecundo, cuidado, dedicação vital” e descreveu médicos que realizam abortos na Bélgica como “assassinos de aluguel”, afirmando ainda que a descriminalização parcial do aborto no país é uma lei assassina. Na Bélgica, o aborto é legal até 12 semanas de gestação.

“Foi uma visita decepcionante”, disse sobre a passagem do pontífice Stéphane Vanden Eede, um dos organizadores do movimento pela exclusão do registro de batismo, ao jornal belga The Brussels Times. “Estou escrevendo para informar minha decisão de não estar mais vinculado, de qualquer forma, à Igreja Católica”, esclareceu um dos signatários da carta que não teve seu nome divulgado.

A Bélgica, um país historicamente católico, testemunhou uma queda acentuada no número de cristãos católicos praticantes desde os anos 1950. Segundo uma pesquisa da Comissão Europeia em 2021, 44% da população se identifica como católica, embora a prática regular seja minoritária: apenas 9% frequentam a missa pelo menos uma vez ao mês.

Além das declarações do papa, os signatários da carta criticaram a resposta “insuficiente” da Igreja aos casos de abusos sexuais cometidos por alguns membros. Durante sua visita, o papa Francisco chegou a pedir perdão publicamente pelos atos e se encontrou com um grupo de vítimas desses casos.

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