Em visita nesta sexta-feira (25) à Comunidade Indígena Gila River, na região de Phoenix, no estado do Arizona, o presidente dos Estados Unidos, Joe Biden, pediu desculpas por um sistema de internato administrado pelo governo americano que separou à força crianças indígenas dos pais.
Segundo informações da agência Associated Press, Biden chamou de “pecado” a política, que vigorou durante 150 anos com o objetivo de “assimilação das crianças à sociedade branca”, segundo o governo dos EUA, e que terminou em 1969. Ele disse que “não há desculpa para que esse pedido de desculpas tenha demorado 50 anos”.
“Por muito tempo, isso tudo aconteceu praticamente sem atenção pública, não foi incluído em nossos livros de história, não foi ensinado nas nossas escolas”, disse o presidente democrata.
Uma investigação do Departamento do Interior apontou que ao menos 973 crianças indígenas morreram nesse sistema de internatos.
Porém, ativistas da causa indígena disseram que o pedido de desculpas não é suficiente. “Um pedido de desculpas é um bom começo, mas não é uma verdadeira reparação, nem é uma solução suficiente para a longa história de violência colonial”, disse Chase Iron Eyes, diretor do Lakota People’s Law Project e do Sacred Defense Fund.
Além disso, a imprensa americana especulou que o pedido de desculpas nesse momento teria intenções eleitorais, já que o Arizona é um dos estados-pêndulo, isto é, aqueles onde não está claro se democratas ou republicanos vão vencer e que, no modelo de colégio eleitoral americano, são decisivos no pleito presidencial.
Biden venceu no estado em 2020, mas uma média de pesquisas feita pelo site 270 to Win mostra o republicano Donald Trump à frente da democrata Kamala Harris no Arizona por 1,5 ponto percentual.
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