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Entrevista ao NYT

Bolsonaro elogia Trump e defende campanha liderada por Musk sobre liberdade de expressão

O ex-presidente Jair Bolsonaro em ato de campanha do então candidato à Prefeitura de São Paulo Ricardo Nunes (Foto: EFE/Sebastião Moreira)

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O ex-presidente do Brasil Jair Bolsonaro concedeu uma entrevista de mais de uma hora para o jornal americano The New York Times, divulgada nesta quinta-feira (16).

Nas declarações, o líder da direita brasileira fez elogios ao presidente eleito dos EUA, Donald Trump, um aliado político que convidou Bolsonaro para sua posse, na próxima segunda-feira (20), evento para o qual o ex-presidente não poderá comparecer devido à apreensão de seu passaporte pela Justiça desde o ano passado.

Bolsonaro expressou animação com o convite da equipe do republicano. “Estou me sentindo uma criança novamente com o convite do Trump. Estou animado", afirmou ao Times, tecendo elogios ao próximo presidente dos EUA.

“O gesto do Trump é algo para se orgulhar, certo? Quem é Trump? O cara mais importante do mundo", acrescentou Bolsonaro na entrevista.

O jornal americano aproveitou o espaço para comparar a situação dos dois líderes políticos. Enquanto Trump está retornando a um dos cargos mais importantes do mundo, em meio ao encerramento de seus processos na justiça americana, Bolsonaro enfrenta ordens judiciais - como a que impediu sua viagem internacional - e outras investigações, incluindo seu suposto envolvimento em uma tentativa de golpe de Estado.

Com esse cenário em mente, o Times escreveu: "Em 2025, Trump irá para a Casa Branca e Bolsonaro pode ir para a prisão".

O ex-presidente do Brasil afirmou que, devido às investigações, ele é "vigiado o tempo todo" e "parece que o sistema não o quer preso, mas sim quer que ele seja eliminado”.

Apesar disso, Bolsonaro disse que ainda enxerga "esperança" com as ações recentes a favor da liberdade de expressão lideradas por Trump, o bilionário Elon Musk e outros magnatas da tecnologia.

Segundo ele, "Trump, Elon Musk e Mark Zuckerberg estão liderando um esforço global pela liberdade de expressão", o que para o líder brasileiro pode trazer efeitos positivos para transformar a política no Brasil.

O Times mencionou as acusações feitas por Bolsonaro e outras figuras conservadoras do país contra o ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Alexandre de Moraes, que este por trás de uma série de decisões desfavoráveis ao ex-presidente e até a cidadãos brasileiros que apoiam o político.

O jornal classificou Moraes como "um juiz que se tornou um dos policiais mais agressivos da internet em uma democracia", depois que ele ordenou o encerramento das atividades da rede social X e o bloqueio de usuários brasileiro da plataforma. Tudo isso feito em segredo, destacou o Times.

Diante desse cenário, Bolsonaro afirmou na entrevista que ficou "encantado" na semana passada quando a Meta, de Mark Zuckerberg, anunciou mudanças em suas redes sociais como Facebook e Instagram.

O ex-presidente do Brasil deu destaque para uma declaração específica de Zuckerberg, quando o empresário disse que iria trabalhar ao lado de Trump contra a ação de "tribunais secretos de governos estrangeiros" que, segundo ele, são favoráveis à censura.

Durante a longa entrevista concedida ao Times, Bolsonaro negou novamente sua participação em qualquer tentativa de golpe. “Quem elaborou esse possível plano deve responder. [...] Da minha parte, não houve nenhuma tentativa de executar três autoridades”, declarou.

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