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Sanções

Brasil ainda tem esperança de acordo nuclear com Irã, diz Amorim

O chanceler Celso Amorim disse na segunda-feira que ainda acredita na adoção de um plano para que o Irã entregue parte do seu material nuclear, o que serviria de base para novas discussões sobre o controle do programa atômico iraniano, apesar das novas sanções internacionais ao país.

Potências ocidentais veem com desconfiança o acordo, mediado por Brasil e Turquia no mês passado, pelo qual o Irã entregaria 1.200 quilos de urânio baixamente enriquecido para em trocar receber, no prazo de um ano, 120 quilos de urânio enriquecido a 20% para o seu reator de pesquisas médicas.

Dias depois do acordo, os EUA e seus aliados convenceram Rússia e China a aceitarem uma quarta roda de sanções do Conselho de Segurança da ONU ao Irã. Brasil e Turquia, que são membros temporários e sem direito a veto do Conselho, votaram contra. Foi a primeira vez que uma resolução contra o Irã não teve unanimidade.

"Na minha opinião, acho que as sanções tornaram (a negociação) mais difícil, em vez de mais fácil. Mas não acho que tornaram impossíveis", disse Amorim a jornalistas durante um evento em Viena. "Então, se houver boa vontade e flexibilidade, ainda será possível encontrar um acordo", afirmou.

"Ainda estamos esperançosos de que a declaração de Teerã possa ser usada como base para ... uma solução negociada e pacífica."

Amorim se disse perplexo com a resolução do Conselho, e confirmou que a indiferença das grandes potências ao acordo do urânio foi uma das razões que levaram ao "não" brasileiro.

Ele também criticou o momento da votação, apenas horas depois de o Ocidente rejeitar oficialmente a proposta mediada por Brasil e Turquia.

"Não poderíamos ter votado de qualquer maneira diferente (do 'não')", declarou Amorim, acrescentando que autoridades ocidentais tiveram "belas palavras" para a mediação brasileira, mas que suas ações não acompanharam isso.

Por causa dessa experiência, segundo o chanceler, o Brasil está receoso em aceitar outros papéis de mediação. Os EUA inicialmente apoiaram a intervenção brasileira, mas apresentaram objeções inesperadas de última hora.

"Não podemos proceder com base na ambiguidade. Precisamos de alguma solicitação inequívoca para nos envolvermos", afirmou.

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