- Um país jogado ao chão
- Perda de uma vida missionária
- Corpo deve chegar hoje ao Brasil e será velado na sede da pastoral
- Desastre ampliado pela miséria
- Redes sociais da internet foram principal meio de comunicação
- Militar de Cascavel, intérprete de missão, sobrevive ao terremoto
- Curitibano faz parte de comitiva
O governo brasileiro definiu ontem uma ajuda financeira inicial de US$ 15 milhões ao Haiti, além de mandar à noite um avião com 14 toneladas de medicamentos e alimentos e hoje deve enviar 50 bombeiros (30 do Rio de Janeiro e 20 de Brasília) e cães farejadores para ajudar na localização de feridos e de corpos.
O presidente Luiz Inácio Lula da Silva convocou, ontem pela manhã, uma reunião de emergência com vários ministros. Foi criado um gabinete da crise para centralizar as informações que cheguem do Haiti e medidas tomadas pelo governo para ajudar o país.
Em discurso à tarde, o presidente pediu um minuto de silêncio e lamentou a tragédia. Em seguida, conversou por telefone com o presidente Barack Obama para definir ajuda conjunta de Brasil, EUA e ONU.
Esforço internacional
Governos de mais de 20 países participam dos esforços humanitários para o povo haitiano. A ajuda internacional oferecida ao país já chegou a pelo menos US$ 150 milhões. Ontem as Nações Unidas liberaram US$ 10 milhões de seu fundo de emergência e, em Roma, o Papa Bento XVI acionou a rede de caridade mundial da Igreja Católica e pediu que os fiéis façam doações generosas e orem pelos haitianos. A secretária de Estado dos EUA, Hillary Clinton, cancelou parte de uma viagem pelo Pacífico e decidiu retornar a Washington para monitorar de perto a situação. O presidente Barack Obama prometeu "apoio total", e quatro navios americanos e um avião cargueiro foram enviados ao Caribe para servirem como bases logísticas da operação de socorro. O Banco Mundial liberou US$ 100 milhões para apoiar os esforços de reconstrução do país.
A União Europeia aprovou em caráter de emergência um pacote de 3 milhões de euros, e países como Reino Unido, Canadá, Bélgica, Luxemburgo e Holanda disponibilizaram equipes de socorro especializadas e equipamento logístico, como tendas, unidades de purificação de água, médicos e engenheiros para restabelecer o sistema de comunicações.
Na Europa, a neve e o mau tempo chegaram a atrasar a saída de alguns voos com as primeiras remessas de comida e remédios ao Haiti. Ontem à noite, a equipe de resgate islandesa foi uma das primeiras a chegar a Porto Príncipe, levando cães farejadores, energéticos e toneladas de medicamentos.
Num verdadeiro mutirão, Espanha, China, México, Venezuela, Israel e Cuba também ofereceram apoio com equipes de resgate médicos e suprimentos. O Canadá mandou um avião militar com artigos de higiene, redes antimosquito e tendas. Segundo as agências humanitárias, uma das maiores necessidades dos haitianos é água potável. A França anunciou o envio de dois aviões com medicamentos, 130 pessoas e cães para ajudar a identificar sobreviventes nos escombros de sua ex-colônia, onde vivem cerca de 1,5 mil franceses.
As imagens da tragédia comoveram o mundo, e diversas empresas de serviços privadas também ofereceram suporte às operações de resgate e ajuda humanitária. Uma companhia da Irlanda anunciou a doação de US$ 5 milhões para restaurar a infraestrutura da rede de telefonia haitiana, fundamental para as operações de resgate.