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Incêndio na ilha de Tenerife, nas Canárias, é o pior entre os registrados na Espanha devido à recente onda de calor.
Incêndio na ilha de Tenerife, nas Canárias, é o pior entre os registrados na Espanha devido à recente onda de calor.| Foto: Ramón de la Rocha/EFE

Em meio a uma onda de calor extremamente intensa, os incêndios florestais não param de castigar a Espanha, onde é difícil apagar os que já estavam ativos, como o da ilha atlântica de Tenerife, enquanto outros foram deflagrados neste domingo e obrigaram a evacuação de várias cidades das regiões da Galícia e de Castela y Leão.

O incêndio de maiores proporções continua a ser o de Tenerife, onde as chamas já consumiram 2.423 hectares. Hoje, os esforços de extinção para impedir o avanço em suas três frentes foram favorecidos por um vento fraco, embora o terreno íngreme dificulte o trabalho no terreno. Em Burgos, três cidades e o mosteiro de Santo Domingo de Silos tiveram que ser evacuados, assim como outras quatro cidades em Zamora.

No total, os incêndios das últimas duas semanas, favorecidos por uma intensa onda de calor e ventos fortes, queimaram 100 mil hectares de floresta na Espanha, mais do que tudo o que foi perdido pela mesma causa em 2021, segundo dados do Sistema Europeu de Informação sobre Incêndios Florestais (EFFIS) baseado em imagens de satélite.

Na França, além dos incêndios florestais, grande parte do território está sob os efeitos de uma grande seca, obrigando a implementação de restrições hídricas. Dos 95 departamentos da França metropolitana, 86 estavam em algum tipo de alerta sobre o uso da água neste domingo, segundo a rede de vigilância Proluvia, dependente do Ministério da Transição Ecológica. A primeira quinzena de julho foi o período mais seco já registrado no país, segundo a agência Meteo France.

O nível de alerta mais grave, o de “crise”, foi declarado em 34 departamentos, especialmente no oeste, no centro e no sudeste do país. Outros 37 estão no segundo nível mais grave, o de “alerta reforçado”. Em todos esses departamentos existe algum tipo de restrição ao consumo doméstico, urbano, agrícola ou industrial. Algumas cidades do interior precisam ser abastecidas por caminhões-tanque para garantir o consumo da população.

A onda de calor também se alastra pela Itália, que vive sua pior seca em 70 anos e tem 19 cidades em alerta vermelho, o nível máximo de emergência, uma situação que continuará nos próximos dias. Bolonha, Bolzano, Brescia, Campobasso, Florença, Frosinone, Gênova, Latina, Milão, Perugia, Rieti, Roma, Turim, Trieste, Verona, Viterbo, Civitavecchia, Pescara e Veneza terão picos de até 40 graus e mínimas acima dos 25, segundo o último boletim do Ministério da Saúde. Em alerta laranja estão Ancona, Cagliari, Catania, Messina, Nápoles, Palermo e Reggio Calabria, sete cidades do sul do país, onde a massa de ar de origem subtropical estacionada entre o Mediterrâneo e o sul da Europa está afetando menos as temperaturas que no norte e no centro do país.

A onda de calor ganhou o nome de “Apocalipisis4800” em referência à cota térmica zero, localizada a 4,8 mil metros de altitude, pelo motivo de que em nenhum ponto do território italiano as temperaturas caem abaixo de zero graus, nem mesmo nos Alpes. Isso pode levar a um derretimento mais rápido das geleiras e causar deslizamentos de terra como o que ocorreu no início de julho na geleira de Marmolada, onde 11 pessoas morreram.

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