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O primeiro-ministro do Canadá, Mark Carney, assinou na quinta-feira (27) um amplo acordo que revoga leis ambientais vigentes, abrindo caminho para o aumento da exploração de petróleo e gás em regiões do país.
Essa mudança permitirá ao Canadá construir um novo oleoduto em Alberta, uma província rica em petróleo, isentando a indústria energética local de diversas leis de proteção climática.
A medida visa, entre outras coisas, reduzir a dependência comercial do Canadá em relação aos Estados Unidos devido ao impasse nas negociações com o retorno de Donald Trump à Casa Branca.
De acordo com o New York Times, o anúncio parece ter melhorado a reputação do Partido Liberal entre os eleitores. Por outro lado, membros do atual governo de Mark Carney criticaram a decisão, inclusive com pedidos de renúncia.
O acordo foi imediatamente rejeitado por ativistas climáticos e alguns líderes indígenas. Uma província vizinha, Colúmbia Britânica, também se opôs ao documento, visto que o oleoduto atravessaria seu território.
Apesar do projeto sinalizar uma mudança na política canadense, a construção de oleodutos depende do apoio do setor privado e, segundo o premiê, ex-enviado especial da ONU para mudanças climáticas, atualmente não há empresas interessadas nesse tipo de trabalho.
Além disso, não foram identificados até o momento clientes que poderiam adquirir o petróleo pesado de Alberta, visto que a maioria das refinarias não consegue processar o recurso.
“Isso cria uma transição energética em todos os aspectos da energia, mas realmente prepara o terreno para uma transformação industrial”, disse Carney.
“No cerne do acordo, é claro, está a prioridade de ter um gasoduto para a Ásia que tornará o Canadá mais forte, mais independente, mais resiliente e mais sustentável”, acrescentou o primeiro-ministro canadense.




