O presidente da Venezuela, Hugo Chávez, ordenou a apreensão de cinco lotes de terra da Empresas Polar SA, maior empresa do setor de alimentos do país. Chávez assinou um decreto exigindo a expropriação dos estoques da Polar na cidade de Barquisimeto, na região oeste, e também alertou ao presidente da companhia a não questionar a decisão. O governo quer que as terras, atualmente ocupadas por instalações de armazenamento da empresa, sejam utilizadas para construção de residências subsidiadas.
A Polar, uma das maiores companhias do país e proprietária de populares marcas de cerveja, tem sido alvo recorrente das ameaças de nacionalização do presidente Chávez. Ao longo de seu mandato, o líder venezuelano já nacionalizou projetos de outras empresas no setor de petróleo, cimento e bancos. Agora, ele afirma que a Polar "transformou o coração de Barquisimeto em um depósito de cerveja".
A empresa prometeu questionar a decisão e está apresentando o caso à Suprema Corte do país. Também ofereceu um diferente lote de terra ao governo, na mesma cidade, para a construção das casas de baixo custo. "Não me provoquem", avisou Chávez na terça-feira, no canal de notícias estatal, alertando o presidente da Polar, Lorenzo Mendoza, um dos homens mais ricos da Venezuela. "Diga aos seus advogados para ficarem calmos."
Uma decisão da Suprema Corte em favor da Polar seria vitória rara do setor privado contra o governo Chávez, em um país que tem visto as maiores empresas sendo intimidadas pela nacionalização.
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