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Montanhas de escombros e toneladas de peixes podres acumuladas nos vilarejos costeiros atingidos pelo terremoto de 8,8 na escala Richter e pelo subsequente tsunami que devastou o Chile, em 27 de fevereiro, tornavam-se focos de contaminação, segundo alertas médicos.
Enquanto os chilenos formavam filas para receber injeções contra o tétano e hepatite no primeiro dia de uma campanha ampla de vacinação realizada na sexta-feira, os médicos afirmavam que aumentaram os casos de diarreia devido ao consumo de água sem purificação e de pacientes feridos por caminhar entre os escombros e estragos provocados pelo sismo.
"Nós precisamos manter um sistema de fornecimento de água, eletricidade e uma rede de esgoto confiáveis. Precisamos remover os pescados podres das ruas. Necessitamos de banheiros químicos e, quando começar a chover, as pessoas que estão morando em tendas vão ficar molhadas e doentes. Tudo isso vai causar infecções", afirmou Gaston Saavedra, prefeito de Talcahuano, cujo porto foi drasticamente danificado pelo tremor e pelo tsunami do dia 27 de fevereiro.
Além disso, o governo enfrenta outros problemas de saúde. O saque a farmácias provocou escassez de medicamentos para as pessoas com diarreia, hipertensão e problemas psíquicos, e 36 hospitais registraram danos extensos ou foram destruídos pelo tremor.
O Chile informou que havia mais de um dezena de hospitais de campanha civis e militares funcionando na sexta-feira e hospitais móveis enviados por outros países iniciaram seus trabalhos ou estão prontos para começar a operar: uma situação incomum para um país que envia equipes de ajuda e resgate a diversos lugares do mundo.
Mas, uma semana após o desastre, a maioria das unidades estrangeiras não havia tratado ninguém. O Chile insistia para que as nações que doaram equipamentos para atendimento coordenassem, primeiramente, suas atividades com as autoridades do sistema público de saúde.
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