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Pressão do próprio partido e queda na aprovação levaram a primeira-ministra a anunciar sua saída nesta quinta-feira (20)
Pressão do próprio partido e queda na aprovação levaram a primeira-ministra a anunciar sua saída nesta quinta-feira (20)| Foto: EFE/EPA/ANDY RAIN

Ao anunciar sua saída nesta quinta-feira (20), a primeira-ministra britânica, Liz Truss, se tornou a chefe de governo mais breve da história do Reino Unido.

Ela acumula apenas 45 dias no cargo e, como seu substituto deve ser definido já na próxima semana, seu mandato acabará muito mais cedo que o do segundo colocado, George Canning, duque de Portland, que morreu em agosto de 1827, apenas 118 dias após se tornar premiê.

O primeiro-ministro que vai substituir Truss será o quinto do país em pouco mais de seis anos. Em 2016, o conservador David Cameron, que estava no poder desde 2010, renunciou após a população britânica aprovar em referendo a saída do Reino Unido da União Europeia, o chamado Brexit, alegando que outro primeiro-ministro deveria conduzir o processo da retirada do país.

Sua sucessora e correligionária, Theresa May, assumiu em julho de 2016 e ficou no cargo até 2019, quando também renunciou por não conseguir aprovar um acordo para a saída britânica do bloco europeu.

Boris Johnson, um dos grandes partidários do Brexit, foi o substituto de May e conseguiu finalmente um termo para a retirada do Reino Unido da UE, após convocar eleições antecipadas e obter maioria folgada no Parlamento para a aprovação.

Entretanto, os escândalos durante seu governo levaram à perda de apoio entre os conservadores e à sua renúncia, em julho deste ano.

Ele permaneceu no cargo até o anúncio da vitória de Liz Truss na eleição da liderança do Partido Conservador. A nova premiê assumiu em 6 de setembro, mas sua intenção de cortar pesadamente impostos e compensar a queda na arrecadação com empréstimos gerou desconfiança sobre a capacidade do Estado britânico de pagá-los.

Mesmo voltando atrás e prometendo um novo plano econômico, a pressão do seu próprio partido e a queda da sua aprovação a levaram a renunciar.

Embora a oposição trabalhista peça eleições gerais, o Partido Conservador pretende escolher um novo líder e premiê num processo interno simplificado, no qual todos os afiliados à legenda só votarão (e desta vez online, e não pelo correio) para desempatar se houver mais de um candidato que obtenha cem assinaturas dos parlamentares do partido.

O sucessor de Truss terá a missão de apaziguar a crise política no Reino Unido, tarefa na qual a atual premiê e Boris Johnson falharam: o número de primeiros-ministros a que o país chegará em pouco mais de seis anos será o mesmo dos 37 anos anteriores.

A partir da posse de Margaret Thatcher, em maio de 1979, o número 10 de Downing Street teve apenas outros quatro ocupantes até meados de 2016. O também conservador John Major substituiu a Dama de Ferro em novembro de 1990 e saiu em maio de 1997.

Após dois períodos trabalhistas, com Tony Blair (1997-2007) e Gordon Brown (2007-2010), os conservadores voltaram ao poder em 2010 com David Cameron, que iniciou a dança das cadeiras no Executivo britânico ao sair em julho de 2016.

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