Deputados da Assembleia de Portugal, o parlamento unicameral do país europeu, entraram em divergência nesta quarta-feira (16) a respeito de projetos de resolução sobre a situação política na Venezuela, um deles, apresentado pela direita, para pedir o reconhecimento do oposicionista Edmundo González como presidente eleito.
Esteve presente na sessão o ex-prefeito de Caracas Antonio Ledezma, destituído pelo chavismo.
Segundo informações do jornal português Diário de Notícias, a extrema esquerda ficou isolada no debate, ao defender que o ditador Nicolás Maduro venceu a eleição de 28 de julho.
A líder do Partido Comunista Português (PCP) na casa, Paula Santos, disse que as demais legendas representadas na Assembleia buscam “dar a mão a um movimento golpista de extrema direita” e chamou a “vitória” de Maduro de “decisão soberana do povo venezuelano de afastar a oligarquia e a subserviência”.
O governista Partido Social-Democrata (PSD), do primeiro-ministro Luís Montenegro, não reconheceu a “reeleição” de Maduro, mas também não referendou a vitória de González e pediu a divulgação das atas eleitorais do pleito venezuelano.
O oposicionista Partido Socialista (PS) manifestou a mesma posição. O deputado João Paulo Rebelo disse que sua legenda tem “grande preocupação e apreensão face aos resultados divulgados” pelo Conselho Nacional Eleitoral (CNE), dominado pelo chavismo.
Rebelo, porém, pediu “ponderação” nas discussões sobre o assunto e disse que há cerca de 400 mil portugueses morando na Venezuela, que “devem ser a nossa maior preocupação”.
O partido Chega!, da direita nacionalista, acusou a extrema esquerda de fazer “assessoria de comunicação do stalinismo”.
“Há quem ache nesta casa que Portugal deve ser cúmplice do narcoestado de Caracas”, disse o deputado Manuel Magno.
Os projetos de resolução, inclusive sobre o reconhecimento de González como vencedor da eleição na Venezuela, devem ser votados na sexta-feira (18).
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