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Perfil

Carreira diplomática de 40 anos na ONU

O diplomata brasileiro Luiz Carlos da Costa dedicou toda a sua vida às Nações Unidas. O que começou como um trabalho temporário, na Assembleia Geral da ONU de 1969, rendeu a Costa uma carreira que já durava 40 anos. Tornou-se vice-representante especial do secretário-geral da ONU no Haiti. Uma carreira descrita pelos colegas como brilhante, e comparável à de Sérgio Vieira de Mello, outro brasileiro morto durante uma missão de paz (no Iraque, em 2003).

Costa – que é casado e pai de duas filhas – atuou em diversas frentes. Em 2000, fez trabalho de campo em Kosovo, durante a missão para a estabilização do país recém-independente. Em 2005, foi representante das Nações Unidas na Libéria. Porém, a sua especialidade era o planejamento das missões. De 1992 a 2000, foi chefe do setor de recursos humanos e logística em trabalhos de campo.Com a morte de Vieira de Mello, Costa havia se tornado o brasileiro mais antigo e com o posto mais alto na ONU. Foi designado para o Haiti em 2006, onde afinou a relação entre o gabinete executivo das Nações Unidas e as tropas militares, comandadas pelo Brasil.

      O diplomata brasileiro Luiz Car­­los da Costa, vice-chefe da missão de paz da Organização das Nações Unidas no Haiti, morreu no terremoto que devastou o país na terça-feira, anunciou o secretário-geral do organismo, Ban Ki-moon. A ONU também confirmou as mortes do chefe da missão no Haiti, o tunisiano Hédi Annabi, e do comissário de polícia da entidade no país, o canadense Doug Coates.

      Luiz Carlos da Costa tinha 60 anos e havia ingressado na ONU em 1969. Estava destacado para o Haiti desde 2006, onde exercia a função de representante especial adjunto. "Luiz Carlos da Costa dedicou sua vida à causa da paz, aliando sólida experiência diplomática à sensibilidade necessária para lidar com os desafios típicos das situações de conflito", informou o Itamaraty em nota.

      Annabi foi o primeiro chefe de missão da ONU a morrer em serviço desde a morte do brasileiro Sérgio Vieira de Mello no Iraque, em 2003. Mello foi morto junto com outros 14 funcionários da ONU quando um caminhão-bomba explodiu do lado de fora da sede do organismo em Bagdá.

      Ban não informou detalhes so-­­ bre como os corpos foram encontrados, mas o organismo havia in­­formado esta semana que Annabi e seus assessores estavam sob escombros do Hotel Chris­topher, sede da ONU em Porto Príncipe. Ban afirmou que Annabi, Costa e Coates "dedicaram suas vidas à paz em todos os sentidos da palavra".

      Condolências

      O Itamaraty divulgou ontem mensagem de condolências à família de Luiz Carlos da Costa. Na mensagem, o ministro Celso Amorim afirma que a notícia da morte de Costa foi recebida no Itamaraty com enorme tristeza. "Tive a grande satisfação de conhecê-lo pessoalmente e, como brasileiro, acompanhei com orgulho sua brilhante trajetória nas Nações Unidas, especialmente em assuntos relacionados às missões de paz. No Haiti, testemunhei sua capacidade de liderança, sensibilidade para as dificuldades do povo haitiano e sentido de dever público", afirma Amorim, no texto direcionado à mulher do diplomata, Cristina, e às suas filhas.

      "Em meu nome e em nome do governo brasileiro, transmito a você e a suas filhas meu profundo reconhecimento pelo trabalho de Luiz Carlos, um grande militante da paz, cujo exemplo continuará a inspirar gerações de brasileiros", diz a mensagem.

      Segundo o Itamaraty, o próprio secretário-geral da ONU, Ban Ki-moon, telefonou para a representante permanente do Brasil junto às Nações Unidas, embaixadora Maria Luiza Viotti, para notificar a morte de Costa e expressar seu pesar. Ao anunciar a morte de Costa, Ban disse que ele era "uma lenda nas operações de paz da ONU e um mentor para muitas gerações" de funcionários do organismo. Citou ainda o seu "profissionalismo, dedicação, carisma e devoção".

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