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Mike Waltz, deputado republicano da Flórida indicado pelo presidente eleito Donald Trump para ser o novo Conselheiro de Segurança Nacional dos EUA, declarou nesta quinta-feira (16) em entrevista à emissora americana Fox News que, sob o comando de Trump, os Estados Unidos estarão dispostos a apoiar Israel em uma eventual nova ofensiva contra a Faixa de Gaza, caso isso seja necessário.
Na entrevista, Waltz reiterou que o acordo de cessar-fogo com o Hamas em troca de reféns, que será votado nesta sexta-feira (17) pelo gabinete do premiê israelense, Benjamin Netanyahu, não deve comprometer a segurança de Israel.
“Deixamos muito claro aos israelenses, e quero que o povo de Israel ouça isso: se eles precisarem voltar [para Gaza], estaremos com eles. Se o Hamas não cumprir os termos deste acordo, estaremos com eles”, disse Waltz.
O acordo, firmado entre Israel e Hamas, prevê um cessar-fogo gradual divido em fases de 42 dias. Ele prevê a libertação inicial de 33 reféns que estão sob controle dos terroristas em Gaza em troca da libertação de prisioneiros palestinos e trégua nos combates, que permitiriam a entrada de mais ajuda no enclave. Segundo informações, Israel, no primeiro momento, ainda manterá tropas em partes de Gaza para monitorar a situação, deixando em aberto a possibilidade de retomar as operações militares se o acordo não avançar para as próximas fases, que preveem a libertação de todos os reféns em troca de um cessar-fogo definitivo e reconstrução do enclave palestino.
Na entrevista, Waltz creditou a Trump a conclusão bem-sucedida do acordo, enfatizando o impacto da postura firme do presidente eleito nos desdobramentos.
“Estou convencido de que todos [os reféns] teriam morrido se o presidente Trump não tivesse entrado e dito ‘tirem eles de lá’”, declarou.
Segundo ele, líderes árabes e israelenses reconheceram o chamado “efeito Trump” como determinante para forçar o Hamas a negociar. Waltz afirmou que o grupo terrorista percebeu que as condições piorariam com a posse de Trump, enquanto aliados do Hamas, como o Hezbollah, sofreram perdas significativas no ano passado.
“Hamas sabia que não tinha escolha e acreditou em Trump quando ele disse que haveria consequências severas”, completou Waltz, comparando a liberação dos reféns à libertação de americanos no Irã em 1980, momentos após a posse de Ronald Reagan.
Ao comentar sobre a relação entre os Estados Unidos e Israel, Waltz criticou a o governo do presidente em fim de mandato, Joe Biden, por impor restrições ao fornecimento de armas a Israel durante o conflito. Waltz prometeu uma postura diferente sob o governo Trump.
“Vocês não verão esta administração pisar no freio para garantir que Israel possa se armar”, assegurou.
Além disso, Waltz indicou que o governo Trump dará prioridade à normalização das relações entre Israel e a Arábia Saudita, uma vez que o conflito com o Hamas esteja resolvido.
“Retomar esse processo é uma grande prioridade”, disse.