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Um grupo de legisladores americanos conservadores liderado pelo senador republicano Jim DeMint está fazendo uma campanha contra a confirmação de Thomas Shannon ao cargo de embaixador americano em Brasília.

O grupo está fazendo circular uma lista de críticas à atuação de Shannon, que é subsecretário para o Hemisfério Ocidental no Departamento de Estado (principal autoridade para a política para a América Latina), desde 2005. Os conservadores consideram Shannon muito condescendente com os líderes bolivarianos.

A audiência de confirmação de Shannon e de Arturo Valenzuela, escolhido para substituí-lo, foi em 8 de julho, mas até agora a indicação deles continua bloqueada por DeMint. A maior crítica é o suposto apoio de Shannon ao presidente deposto de Honduras, Manuel Zelaya.

Mas Honduras é só um dos itens da lista. "Os conservadores estão fazendo de tudo para impedir Shannon de ir para o Brasil, porque não acham que ele foi suficientemente duro com (o venezuelano Hugo) Chávez, (o boliviano Evo) Morales e (o nicaraguense Daniel) Ortega", disse ao Estado Liz Harper, especialista em América Latina do United States Institute of Peace.

"Não ter um embaixador no Brasil é um problema enorme para a política dos EUA para a América Latina - particularmente não ter Shannon, que foi um secretário competente."

Os conservadores acusam Shannon de ter insistido em cooperar com a Venezuela no combate às drogas, "apesar das evidências de que Caracas facilitava o tráfico". Na Nicarágua, Shannon teria defendido a manutenção da ajuda americana, "apesar das provas de fraude na eleição municipal de 2008".

Na Bolívia, segundo os críticos, Shannon teria se oposto à suspensão das preferências comerciais oferecidas ao país, mesmo depois que Evo expulsou o embaixador americano e agentes da DEA, a agência antidrogas dos EUA. E no Equador, ele teria colaborado com o presidente Rafael Correa, "apesar das suas ligações com as Forças Armadas Revolucionárias da Colômbia (Farc)".

Para desbloquear a confirmação, DeMint exige que a Casa Branca prometa reconhecer o resultado da eleição de novembro em Honduras. O governo teria duas opções, segundo Liz: nomear Shannon em um recesso parlamentar, o que eliminaria a necessidade de confirmação, ou esperar o resultado das eleições em Honduras.

Não é de hoje que Shannon desagrada a conservadores, apesar de ter sido nomeado por George W. Bush. Antes de ele assumir seu posto na chancelaria americana, a política da Casa Branca para a região era muito influenciada por neoconservadores. A agenda consistia basicamente em terrorismo, combate às drogas e livre comércio, além de ser centrada no conflito com países "adversários" como Cuba e Venezuela. Shannon começou a mudar isso.

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