Passados 60 anos da Declaração Universal dos Direitos Humanos, as nações ainda estão muito distantes de alcançar individualmente os objetivos propostos pelo documento, apesar das conquistas já atingidas coletivamente. A avaliação é do diretor-presidente do Fundo Brasil e Direitos Humanos, Sérgio Haddad.
Em entrevista Rádio Nacional, Sérgio Haddad disse que a declaração deve ser seguida como meta coletiva pelas nações, porém o caminho seguido pelos países nem sempre leva a esse referencial. Segundo ele, o consumismo de algumas nações, que gera desigualdade social e amplia a destruição dos bens naturais é uma das práticas que deve ser evitada.
Isso faz com que a sociedade, de uma maneira geral, tenha que pensar no futuro de uma forma muito rápida sob o ponto de vista da sua própria sobrevivência. Vivemos uma contradição entre reconhecer esses direitos como universais, mas ao mesmo tempo, a gente tem identificado dificuldades extremamente amplas de poder atingir esses objetivos, analisou.
Da acordo com o presidente da fundação que apóia organizações não-governamentais na área de direitos humanos, a principal dificuldade é que as nações não têm assimilado a principal característica da declaração: a universalidade dos direitos políticos, sociais, econômicos e culturais.
O fato de a pessoa ter liberdade de expressão, liberdade individual, de ir e vir, votar e ser votado são direitos importantes, mas insuficientes se a pessoa não tem condições mínimas de vida. O mais importante é que esses direitos são indivisíveis. Cada um deles potencializa outro. Nesse sentido, que a declaração é muito bem-vinda do ponto de vista da sua universalidade, do fato de que eles valem para todos e de maneira igual, argumentou.
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