O presidente da Coreia do Sul, Yoon Suk-yeol, disse nesta segunda-feira (21) que coordenará com a Otan as "contramedidas" para a intensificação da colaboração entre Pyongyang e Moscou e o envio de tropas norte-coreanas para supostamente lutar ao lado das tropas russas na Ucrânia.
"A invasão da Ucrânia pela Rússia e o alinhamento imprudente entre Rússia e Coreia do Norte confirmaram novamente que a segurança das regiões do Indo-Pacífico e do Atlântico estão indissoluvelmente conectadas. Isso prejudica a ordem internacional baseada em regras, ameaça a paz na península coreana e em todo o mundo, e nosso governo jamais permitirá que isso aconteça sem fazer algo a respeito", afirmou Yoon durante um telefonema com o secretário-geral da Otan, Mark Rutte.
O telefonema entre Rutte e Yoon ocorreu depois que o Serviço Nacional de Inteligência (NIS) sul-coreano informou, na última sexta-feira, que a Coreia do Norte decidiu enviar um total de 12 mil militares para a frente ucraniana para apoiar a Rússia na guerra e já começou a transferir essas tropas.
A informação foi divulgada depois que fontes ucranianas e o próprio presidente, Volodymyr Zelensky, advertirem nos dias anteriores que Pyongyang forneceria tropas para lutar na Ucrânia.
Yoon disse a Rutte que a Coreia do Sul tomará "medidas em fases", dependendo do nível de cooperação entre Pyongyang e Moscou, e expressou sua disposição de coordenar "medidas práticas de resposta" com a Otan e seus membros.
Em junho deste ano, o governo sul-coreano insinuou a possibilidade de fornecer armas à Ucrânia devido ao acordo de assistência mútua de defesa assinado entre o ditador norte-coreano, Kim Jong-un, e o homólogo russo, Vladimir Putin, embora até agora Seul tenha mantido sua política de oferecer a Kiev apenas ajuda humanitária e material não letal.
Rutte, por sua vez, afirmou a Yoon que enviar tropas norte-coreanas para lutar ao lado da Rússia na Ucrânia "seria uma escalada significativa", explicou o secretário-geral da Otan em mensagem na rede social X. Ele também disse que conversou com Yoon sobre "a estreita parceria da Otan com Seul, a cooperação industrial de defesa e a interconexão da segurança euro-atlântica e indo-pacífica".
O líder sul-coreano e o chefe da Otan concordaram em acompanhar atentamente todos os acontecimentos da cooperação entre Moscou e Pyongyang, e Yoon se ofereceu para nomear uma delegação para compartilhar com a Oran as informações disponíveis para as autoridades sul-coreanas.
Nesta segunda-feira, o Ministério das Relações Exteriores da Coreia do Sul convocou o embaixador russo no país asiático para expressar a insatisfação de Seul com a transferência de tropas norte-coreanas para o território russo com o objetivo aparente de enviá-las para a linha de frente na Ucrânia para apoiar Moscou na invasão.
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