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O criminoso de guerra nazista Aribert Heim, que até recentemente era tido como vivo por alguns, morreu em 1992 no Cairo, depois de se converter ao Islã, disse nesta quarta-feira (4) o site da TV estatal alemã ZDF, como resultado de uma investigação em conjunto com o The New York Times.

A reportagem diz que Heim passou quase 30 anos no Cairo. Convertido ao Islã na década de 1980, teria assumido o nome de Tarek Farid Hussein.

O médico austríaco da SS, conhecido como "Dr. Morte" por ter matado centenas de presos do campo de concentração de Mauthausen (Áustria) com injeções de toxinas no coração, escapou da polícia da Alemanha Ocidental em 1962, pouco antes de começar a ser julgado.

Relatos dão conta de que Heim retirava órgãos de pacientes sem anestesia, e que mantinha um crânio humano como peso de papéis.

A ZDF disse que Heim morreu de câncer no reto em 10 de agosto de 1992, aos 78 anos. Entrevistado na matéria, seu filho Ruediger disse ter cuidado do pai durante vários meses no Cairo depois de uma cirurgia contra o câncer, em 1990.

A investigação obteve centenas de documentos que Heim mantinha em seu quarto de hotel no Egito, onde antes vivia sob a identidade de Ferdinand (seu segundo nome) Heim.

Ele se sustentava com quantias enviadas em intervalos irregulares por sua irmã, de acordo com a ZDF. O dinheiro seria oriundo do aluguel de uma propriedade berlinense pertencente a Heim.

Nos últimos anos surgiram vários rumores sobre o paradeiro do nazista. O Centro Simon Wiesenthal disse em 2008 que ele poderia estar escondido no sul do Chile.

De acordo com a ZDF, amigos e colegas de Heim no Egito desconheciam seu passado. Eles contaram que Heim pediu que seu corpo fosse doado para pesquisas médicas, mas isso não aconteceu, por razões religiosas.

Acredita-se que o cadáver tenha sido sepultado em um cemitério para indigentes perto da Cidade Velha, disse o canal. Esses túmulos costumam ser desocupados após poucos anos, de modo que há poucas chances de efetivamente localizar seus restos, acrescentou a reportagem.

Detalhes da investigação serão publicados na edição de quinta-feira do The New York Times, e num documentário a ser exibido no mesmo dia pela ZDF, sob o título de "O Nazista Mais Procurado - O Segredo do Dr. Morte".

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