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Os democratas ganharam espaço nas duas Casas do Congresso, chegando perto de uma maioria no Senado que poderia permitir ao partido passar importantes leis. Somada à vitória de Barack Obama na corrida presidencial, o Partido Democrata terá um amplo poder em Washington, o que não ocorre há décadas.

As vitórias democratas no Legislativo representam o repúdio final à chamada revolução republicana de 1994, quando o partido hoje no poder cresceu bastante. É a segunda vitória consecutiva dos democratas nas eleições parlamentares. Os democratas também venceram as eleições para governador em sete dos onze estados nos quais os cargos estavam sob disputa.

Os resultados representam uma volta à distribuição de poder encontrada em grande parte do século XX, quando os democratas controlando o Congresso lançaram propostas em temas como seguridade social e a legislação sobre direitos civis. Os democratas conquistaram cinco cadeiras no Senado e mantiveram uma que estava sob disputa, aumentando sua bancada de 51 para 56 senadores.

Até agora, eles não alcançaram o número mágico de 60 cadeiras, que permitiria passar os projetos por ampla maioria (o senado tem 100 cadeiras). A contagem de votos para mais quatro cadeiras no Senado ainda não acabou.

Os líderes democratas têm entre seus planos dar mais poder ao governo para guiar a economia e fortalecer a habilidade dos sindicatos para se organizar nos locais de trabalho. Eles também planejam ampliar a cobertura do sistema de saúde e apóiam uma lei para diminuir as emissões de gases causadores do efeito estufa.

O senador Charles Schumer, líder de estratégia dos democratas que concorriam ao Senado, apontou que esta é uma eleição crucial, na qual "as pessoas não só definem a mudança, mas definem uma nova relação com o governo". Para ele, o povo americano quer o governo "mais ativo, mais envolvido" na economia e em suas vidas. "Pela primeira vez em algum tempo, as pessoas sentem que precisam de ajuda."

As projeções mostravam os democratas ganhando cadeiras que eram dos republicanos no Senado em Novo México, Carolina do Norte, Virgínia e Colorado. O partido também poderia tomar a cadeira de um senador republicano em New Hampshire. Nas outras disputas, o quadro era mais acirrado.

Os democratas devem chegar perto das 60 cadeiras necessárias para impedir manobras obstrucionistas da oposição no Senado. Com quatro disputas apertadas ainda não decididas, os democratas já tinham garantidas 56 cadeiras na manhã desta quarta-feira. De qualquer modo, o partido terá enorme poder de agenda em Washington. Os democratas apostam no apoio de republicanos moderados para construir uma maioria de 60 senadores, deixando de lado os conservadores e podendo legislar sobre temas como cortes de impostos e o sistema de saúde.

Todos os 435 assentos da Câmara dos Representantes e um terço do Senado estavam em jogo na terça-feira. Os democratas já controlavam a Câmara com 235 membros, ante 199 dos republicanos. As projeções indicavam que o partido ganharia pelo menos mais dez cadeiras, e talvez bem mais que isso.

No Senado, os democratas já controlavam por 51 a 49, contando com dois independentes que costumam votar com a sigla - os senadores Joseph Lieberman, de Connecticut, e Bernie Sanders, de Vermont. Mesmo antes do início da votação, o senador republicano por Nevada John Ensign disse que seria "uma boa noite" caso o partido só perdesse três ou quatro postos.

Havia 35 cadeiras do Senado em disputa, 23 delas em poder dos republicanos. Entre os 12 assentos democratas, apenas a senadora Mary Landrieu, de Louisiana, tinha alguma chance de perder, mas as projeções indicam que ela também deve manter o posto.

Governadores

Nestas eleições, 11 governos estaduais estavam em disputa e os democratas conquistaram ou mantiveram 7. Os democratas reelegeram Chris Gregoire governadora do Estado de Washington. Gregoire venceu o republicano Dino Rossi, em uma nova edição da disputa que os dois tiveram em 2004. Ela agradeceu os partidários em discurso, ao dizer que buscará trabalhar com o presidente eleito dos EUA, Barack Obama, a partir de janeiro.

Gregoire, uma ex-advogada geral do Estado, venceu Rossi em 2004 pela menor margem de votos em uma eleição para governador na história dos EUA - apenas 133 sufrágios, em 2,8 milhões de votos, após duas recontagens e uma ação que os republicanos impetraram nos tribunais sem sucesso.

De qualquer maneira, três governadores republicanos conseguiram se reeleger com facilidade.

Na Carolina do Norte, onde os democratas governaram por 88 dos últimos 100 anos, a candidata democrata Beverly Perdue derrotou o atual prefeito de Charlotte, o republicano Pat McCrory. Perdue substituirá o governador Mike Easley, democrata, que deixa o cargo por final do mandato.

Mas o prêmio maior para os democratas foi o governo estadual do Missouri, onde o advogado-geral Jay Nixon venceu com facilidade o republicano Kenny Hulshof. O atual governador, o republicano Matt Blunt, não quis tentar a reeleição.

"Em voz alta e clara, o povo do Missouri foi às urnas e votou para levar o nosso estado a uma nova direção, e é exatamente isso que o povo terá", disse Nixon.

Oito governadores que tentaram a reeleição venceram. Em Indiana, o governador Mitch Daniel (republicano) derrotou facilmente um desafiante democrata.

Em Vermont, o governador Jim Douglas (republicano) conseguiu se reeleger para mais um mandato de dois anos.

Os democratas conseguiram reeleger os governadores de Montana, Virgínia Ocidental e New Hampshire por larga margem, assim como fizeram os republicanos nos Estados de Dakota do Norte e Utah. O democrata Jack Markell conquistou o governo de Delaware.

As eleições estaduais de ontem foram um prelúdio para 2010, quando a maioria dos estados terá eleições para governador. As informações são da Associated Press e da Dow Jones.

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