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A Dinamarca anunciou nesta quarta-feira (7) que convocará o embaixador dos Estados Unidos em Copenhague devido à divulgação, pela imprensa americana, de notícias de que Washington pretende aumentar atividades de espionagem no território autônomo dinamarquês da Groenlândia, pelo qual se interessou nos últimos meses.
O governo dos EUA teria pedido a seus serviços de inteligência que identifiquem pessoas na ilha ártica e na Dinamarca que pudessem apoiar suas aspirações de incorporar esse território, alegou o The Wall Street Journal nesta quarta-feira, citando fontes não identificadas.
O presidente Donald Trump reiterou nos últimos meses que os EUA precisam “tomar posse” dessa ilha do Ártico por motivos de segurança.
“Vamos ligar para o embaixador interino dos EUA para ver se podemos negar esses relatos e ter a chance de defender nosso ponto de vista”, disse o ministro das Relações Exteriores da Dinamarca, Lars Lokke Rasmussen, à imprensa dinamarquesa ao chegar a uma reunião com seus colegas da União Europeia (UE) em Varsóvia.
Rasmussen se disse “muito preocupado” e enfatizou que “não estamos espionando uns aos outros como amigos”.
“Não posso saber se é verdade o que está em um jornal. Mas isso não parece ter sido claramente rejeitado por aqueles que se manifestaram. E isso me preocupa”, declarou.
O Ministério das Relações Exteriores da Dinamarca não informou quando a reunião será realizada ou em que formato.
O interesse dos EUA na ilha foi classificado pelos governos da Dinamarca e da Groenlândia como desrespeitoso, embora ambos tenham expressado a intenção de aumentar a cooperação com Washington.
A Groenlândia, com uma população de pouco menos de 57 mil habitantes em 2,2 milhões de quilômetros quadrados (80% dos quais estão permanentemente cobertos por gelo), tem desfrutado de ampla autonomia e do direito à autodeterminação desde 2009.
Com localização estratégica e rica em recursos naturais, a ilha é altamente dependente economicamente da Dinamarca, que fornece cerca de 40% de sua renda anual, e da pesca, que responde por 90% de suas exportações.
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Conteúdo editado por: Fábio Galão






