Encontre matérias e conteúdos da Gazeta do Povo
Prisão

Dono do WikiLeaks se entrega à polícia britânica

Manifestante amordaça a boca em protesto contra a prisão de Julian Assange, fundador do WikiLeraks, em Londres | Carl de Souza/AFP
Manifestante amordaça a boca em protesto contra a prisão de Julian Assange, fundador do WikiLeraks, em Londres (Foto: Carl de Souza/AFP)
 |

1 de 1

Londres - Procurado pela polícia internacional desde o dia 20 de novembro, o criador do WikiLeaks, Ju­­lian Assange, se apresentou à po­­­­lícia em Londres, foi ouvido por um juiz, teve negado seu pedido de liberdade e ficará preso pelo menos até o dia 14.

O site emitiu comunicado pro­­metendo prosseguir com o vazamento de documentos secretos.

Contra Assange há um pedido de extradição da Suécia, onde é acusado de molestar sexualmente uma mulher e estuprar outra em agosto. São identificadas co­­mo mulher A e mulher W, devido às leis suecas que vedam di­­vulgar supostas vítimas em casos de abuso sexual.

Uma diz que foi "atacada’’ en­­quanto dormia em sua casa em Estocolmo. A outra disse que primeiro concordou com a relação, mas que desistiu quando Assan­­ge disse que não tinha preservativo. Segundo o depoimento de­­la, ele então usou o peso de seu corpo para forçar a penetração. Qua­­tro dias depois, teria tentado mais uma vez uma relação forçada.

Assange nega as acusações. Diz que tudo foi consensual, mas admite que não usou preservativo. Para ele, tudo é motivado pe­­lo governo dos EUA, que quer in­­timidá-lo por estar contrariado com a divulgação de documentos diplomáticos secretos.

Batalha jurídica

O juiz perguntou a Assange se ele sabia do processo e se concordava com a extradição. Ele disse que não, que pretende ficar no Reino Unido e que teme que não haja julgamento justo na Suécia. Foi aberto, então, o processo de extradição, que pode demorar meses para ser concluído.

Os advogados pediram que Assange aguardasse a conclusão do processo em liberdade, o que foi negado. O juiz aceitou o argumento sueco de que Julian As­­sange não tem residência fixa e poderia facilmente fugir.

Bastou o anúncio de que As­­sange seria levado para uma corte no centro de Londres para centenas de curiosos correrem para lá. Alguns famosos também apareceram.

O cineasta Ken Loach, o jornalista e documentarista John Pil­­ger e a socialite Jemima Khan fo­­ram se oferecer como fiadores para a soltura de Assange.

EUA veem "boa notícia" em detenção

Apesar de a prisão de Julian Assange, fundador do WikiLeaks, nada ter a ver com o vazamento de documentos secretos dos Estados Unidos, o país aplaudiu a polícia britânica.

Em viagem ao Afeganistão, o secretário da Defesa, Robert Gates, recebeu a notícia da prisão por meio de repórteres. "Me soa como uma boa notícia’’, respondeu.

O porta-voz do Departamento de Estado, P.J. Crowley, ressaltou que a prisão é, "nesta etapa, um assunto entre o Reino Unido e a Suécia’’. "Nossa investigação continua’’, mas Washington não está envolvida na detenção, afirmou Crowley.

Visa suspende pagamentos

A administradora dos cartões Visa anunciou ontem a suspensão de todos os pagamentos ao site WikiLeaks, enquanto investiga os negócios da organização que vêm vazando nas últimas se­­ma­­nas informações secretas dos Es­­tados Unidos. A decisão é um forte golpe contra o site criado por Julian Assange, que financia suas operações com doações feitas pe­­la internet. A companhia de pa­­ga­­­­mentos pela internet PayPal já havia cortado relações com o Wi­­kiLeaks. A decisão da empresa Visa corta mais uma grande fonte de entrada de dinheiro.

Use este espaço apenas para a comunicação de erros

Principais Manchetes

Receba nossas notícias NO CELULAR

WhatsappTelegram

WHATSAPP: As regras de privacidade dos grupos são definidas pelo WhatsApp. Ao entrar, seu número pode ser visto por outros integrantes do grupo.