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Participação de eleitores na eleição parlamentar iraniana de 2024 foi a menor da história desde a implantação do regime islâmico.
Participação de eleitores na eleição parlamentar iraniana de 2024 foi a menor da história desde a implantação do regime islâmico.| Foto: Abedin Taherkenareh/EFE/EPA

Os resultados iniciais das eleições parlamentares apontam neste sábado para uma grande vitória dos conservadores no Irã, um resultado mais do que esperado dada a quantidade de candidatos reformistas inabilitados. As eleições da sexta-feira foram as primeiras desde os protestos desencadeados pela morte da jovem Mahsa Amini em 2022; segundo dados preliminares, tiveram uma participação de cerca de 41% dos 61 milhões de milhões de pessoas convocadas às urnas, a mais baixa da história da república islâmica, que sempre deu grande importância ao elevado número de votos como prova da sua legitimidade e apoio popular.

Cerca de 15,2 mil candidatos – 1.713 deles mulheres – concorrem aos 290 assentos no Parlamento. Dos primeiros 129 assentos contabilizados, 99 estavam nas mãos de candidatos conservadores e 17 foram obtidos por reformistas, segundo informou a agência de notícias oficial Irna, que citou dados do Ministério do Interior. Outras 13 cadeiras terão de passar por um segundo turno, uma vez que os candidatos não obtiveram pelo menos 20% dos votos em seu círculo eleitoral, que será realizado posteriormente.

Além da disputa pelo Parlamento, 144 clérigos concorrem aos 88 assentos na Assembleia dos Peritos, órgão que elege o líder supremo da república islâmica em caso de vacância. Este órgão é eleito a cada oito anos e poderá desempenhar um papel determinante neste mandato, dado que o líder supremo do Irã, Ali Khamenei, já tem 84 anos.

As eleições foram dominadas pelos conservadores após a inabilitação de um grande número de candidatos reformistas pelo Conselho dos Guardiões, órgão que veta as leis aprovadas no Parlamento e aprova os candidatos políticos. As eleições também foram marcadas por apelos ao boicote por parte de políticos e ativistas, incluindo a vencedora do Prêmio Nobel da Paz Narges Mohammadi.

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