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Em busca de liberdade e futuro, mais de 800 mil cubanos fugiram para os EUA desde 2021
Cubanos solicitando asilo no México, país que muitos migrantes utilizam como “ponte” para chegar aos EUA| Foto: EFE/José Torres

O êxodo cubano alcançou proporções inéditas nos últimos três anos, com mais de 850 mil cidadãos deixando a ilha comunista em busca de melhores condições de vida nos Estados Unidos, noticiou o jornal espanhol El País.

Segundo a publicação, citando dados da alfândega americana, entre outubro de 2021 e setembro de 2023, 533 mil cubanos chegaram aos Estados Unidos. Já no período entre outubro de 2023 e agosto de 2024, esse número foi acrescido por mais 208 mil solicitantes de asilo. Além disso, outros 110 mil cubanos receberam o benefício do programa de entrada humanitária do governo dos EUA desde 2023, ou seja, no total, cerca de 851 mil cubanos foram embora para o território americano.

Esses números, no entanto, não consideram os que migraram para os EUA com outros tipos de visto, o que sugere que o verdadeiro saldo migratório pode ser ainda maior.

Conforme o El País, essa fuga de cubanos para os EUA reduziu a população da ilha comunista em aproximadamente 18%, um fenômeno que parece estar longe de se reverter.

O economista e demógrafo cubano Juan Carlos Albizu-Campos destacou ao jornal espanhol que essa saída de cubanos de seu país natal está sendo acompanhada por uma queda significativa no número de nascimentos e um aumento da mortalidade. Segundo ele, a situação populacional de Cuba neste momento “é crítica”, com cada vez menos jovens e uma média de idade que não para de crescer. "O declínio da população tem continuado", afirmou Albizu-Campos ao El País, desafiando as estatísticas oficiais do regime cubano, que insiste em uma população superior a 11 milhões. Albizu-Campos, no entanto, afirma que a população real presente na ilha neste momento é de apenas 8,62 milhões.

A jovem Elsa, de 30 anos, é uma das muitas cubanas que decidiram partir: "Era muito difícil resolver e saciar as necessidades básicas, [em Cuba] não havia de nada, o tema dos apagões era insuportável e o da comida. O preço do dólar subia sem parar", relatou ela, segundo informações do portal argentino Infobae.

Elsa vive em Miami desde novembro de 2023, quando entrou nos EUA após percorrer um arriscado trajeto de 3 mil quilômetros. Sua jornada começou em Manágua, na Nicarágua, onde chegou sem necessidade de visto, um facilitador que tem sido um dos principais impulsionadores do êxodo cubano desde que o regime nicaraguense eliminou essa exigência em 2021.

Esse êxodo de cubanos de sua terra natal é, segundo o El País, considerado o maior desde a Revolução Cubana de 1959. Além dos Estados Unidos, países como México, Uruguai e Chile têm sido destinos recorrentes para os cubanos. No México, por exemplo, mais de 36 mil cubanos pediram refúgio entre 2022 e 2023. No Uruguai, cerca de 22 mil cubanos chegaram nos últimos anos, enquanto centenas desembarcaram no Chile

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