Os Estados Unidos lançaram na quinta-feira uma nova missão pela retomada das negociações de paz no Oriente Médio, embora Israel mantenha sua insistência em construir assentamentos em territórios ocupados.
O enviado especial do governo de Barack Obama, George Mitchell, fez sua primeira visita à região desde a discreta passagem do primeiro-ministro Benjamin Netanyahu pela Casa Branca, no mês passado, num evento que deixou clara a distância que separa os dois governos.
Netanyahu ainda não respondeu publicamente às medidas que Obama pediu que ele tomasse para atrair os palestinos para o diálogo, suspenso desde dezembro de 2008. Mas Netanyahu de antemão rejeitou os apelos dos EUA e dos palestinos pela paralisação das obras de ampliação em áreas residenciais que Israel considera parte de Jerusalém, enquanto a comunidade internacional afirma serem integrantes da Cisjordânia ocupada.
"Nossa política em Jerusalém não vai mudar", disse Netanyahu ao canal 2 de TV. "Não é só a minha política, é a política de todos os meus antecessores desde 1967 (ano da ocupação). Não haverá congelamento em Jerusalém (...). Por que eu teria de abrir mão de Jerusalém?"
Sem citar Mitchell, o primeiro-ministro se disse satisfeito quanto aos gestos já feitos por Israel, cabendo agora aos palestinos abrir o diálogo. "Acho que uma plena compreensão começa a se formar - talvez até mais do que começa - de que esta questão das pré-condições deve ser abandonada."
Em Washington, o porta-voz do Departamento de Estado disse que Mitchell, que tem um encontro com Netanyahu na sexta-feira, não irá à reunião "se reunir só por reunir".
"Vamos lá porque temos alguma indicação de que ambos os lados estão dispostos a se envolver seriamente nas questões", disse P.J. Crowley. "Tem havido um bom toma lá, dá cá, e por isso George está lá hoje", afirmou.
Fontes palestinas disseram que Mitchell se reunirá na sexta-feira com o presidente palestino, Mahmoud Abbas, na Cisjordânia, mas que os palestinos manterão sua recusa em participar de negociações indiretas, sob mediação dos EUA, sem que antes Israel paralise a ampliação de assentamentos na Cisjordânia e Jerusalém Oriental (parte da cidade reivindicada pelos palestinos como sua capital).
O futuro da já delicada relação entre Obama e Netanyahu pode depender do resultado da missão de Mitchell. A última visita dele à região foi há um mês, pouco antes de Obama receber Netanyahu sem qualquer pompa na Casa Branca.
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