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EUA condenam homem a 4 anos de prisão por espionar opositores para a China
Homem trabalha em empresa de telecomunicações| Foto: EFE/EPA/MARK R. CRISTINO

Um homem de 59 anos, residente na Flórida, foi condenado nesta segunda-feira (25) a quatro anos de prisão por atuar como “agente não registrado” do regime comunista da China. Ping Li, nome do condenado, nascido na China mas naturalizado cidadão americano, admitiu em um acordo de culpabilidade com a promotoria dos EUA ter fornecido informações sobre dissidentes políticos e membros do movimento religioso Falun Gong à inteligência do regime de Pequim.

A sentença de Ping Li foi anunciada pelo Departamento de Justiça dos Estados Unidos nesta segunda, que revelou detalhes da cooperação dele com o Ministério de Segurança do Estado da China (MSS), órgão responsável por coletar informações sobre opositores do regime e outras atividades de espionagem no exterior.

Segundo o Departamento de Justiça, Ping Li trabalhou para uma grande empresa de telecomunicações e uma companhia internacional de tecnologia nos EUA, posições que usou para acessar dados sensíveis. O nome das empresas não foi divulgado. Desde 2012, ele repassava informações a agentes do MSS, incluindo nomes e dados de dissidentes chineses residentes nos Estados Unidos, membros do Falun Gong e organizações não governamentais críticas ao regime de Pequim.

Espionagem sistemática

Entre os casos documentados, Ping Li forneceu em 2012 dados pessoais de um praticante do Falun Gong residente na Flórida, após ser instruído por um agente chinês. O Falun Gong, uma prática espiritual banida e reprimida pelo regime chinês desde 1999, tem sido alvo de perseguições intensas, tanto dentro como fora da China.

Em 2015, Ping Li usou seu acesso profissional para entregar ao MSS informações sobre operações de uma empresa de telecomunicações americana na China. Em 2021, ele foi solicitado a investigar e relatar detalhes sobre ataques cibernéticos a empresas dos EUA atribuídos ao regime de Pequim.

Ação coordenada com inteligência chinesa

Li comunicava-se com agentes do MSS utilizando contas anônimas e fazia viagens à China para reuniões presenciais. Em 2022, por exemplo, o Departamento de Justiça americano cita que ele repassou detalhes sobre um dissidente que havia fugido para os Estados Unidos, usando dados residenciais fornecidos pelos agentes chineses.

Além da pena de prisão, Li foi condenado também a pagar uma multa de US$ 250 mil e cumprirá três anos de liberdade supervisionada após o término da sentença.

A investigação que culminou na prisão do espião foi conduzida pelo FBI sob supervisão de Matthew G. Olsen, procurador-geral assistente da Divisão de Segurança Nacional do Departamento de Justiça.

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