O governo dos Estados Unidos anunciou nesta quarta-feira (12) novas medidas para reduzir as emissões poluentes no transporte, com o objetivo de que 67% dos carros e 46% das vans vendidas no país sejam movidos a energia elétrica até 2032.
Entre as metas, estão as de 13% de cortes médios anuais na emissão de poluentes por novos veículos e uma redução de 56% nas emissões médias projetadas da frota em relação aos requisitos de 2026. As novas medidas devem ser finalizadas e apresentadas até o início de 2024.
Na prática, as novas regras vão dificultar a produção de veículos a gasolina e impulsionar a venda de carros elétricos, uma das grandes apostas do presidente Joe Biden para combater a crise climática, disseram a jornalistas funcionários do governo americano.
Em agosto de 2021, Biden já tinha anunciado medidas para que, até 2023, 50% de todos os veículos (incluindo carros, utilitários esportivos, vans e caminhonetes) vendidos no país fossem elétricos.
Agora, o governo decidiu ir mais longe, sendo mais rígido com os padrões de emissões poluentes de veículos, porque acredita que é possível um maior progresso, já que a própria indústria automobilística tem aumentado seu investimento em veículos elétricos nos últimos anos.
De fato, as vendas de veículos elétricos triplicaram, e o número de modelos disponíveis dobrou desde que Biden chegou à Casa Branca, em janeiro de 2021, de acordo com a Agência de Proteção Ambiental (EPA).
Além disso, já existem cerca de 130 mil pontos públicos de recarga elétrica em estradas do país, um aumento de 40% em relação a 2020.
Em entrevista coletiva, o administrador da EPA, Michael Regan, descreveu as novas normas como “as mais rígidas” já estabelecidas pelo governo federal para reduzir as emissões poluentes de veículos e reconheceu que as novas metas são “ambiciosas”, mas realizáveis.
Regan também disse que o governo planeja continuar as conversas com as montadoras para incentivar a transição para modelos elétricos.
Cautela na indústria
Por enquanto, a indústria automobilística reagiu cautelosamente à proposta do governo, que ainda poderia sofrer modificações antes de entrar em vigor.
Em particular, John Bozzella, diretor executivo da Alliance for Automotive Innovation, uma associação comercial que inclui Ford, General Motors (GM) e outros fabricantes, chamou as novas regras de “agressivas em qualquer padrão” e argumentou que o cumprimento das metas estabelecidas dependerá em grande parte dos incentivos dados para a compra de veículos elétricos.
“A questão não é se isso pode ser feito, mas quão rapidamente, e isso dependerá quase que exclusivamente da existência das políticas certas e das condições de mercado certas para atingir essas metas”, declarou Bozzella.
Atualmente, os americanos que compram um veículo elétrico novo podem receber um desconto de impostos de até US$ 7,5 mil (R$ 37 mil), medida que Biden impôs justamente para impulsionar a venda dos veículos elétricos.
Entretanto, os veículos elétricos responderam por apenas 7,5% das vendas totais no primeiro trimestre deste ano, de acordo com dados do setor. Logo, ainda há um longo caminho a ser percorrido para atingir as metas do governo até 2032.
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