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Embaixada dos Estados Unidos no México, onde Brian Jeffrey Raymond trabalhou entre 2018 e 2020, período em que cometeu vários dos crimes pelos quais foi condenado
Embaixada dos Estados Unidos no México, onde Brian Jeffrey Raymond trabalhou entre 2018 e 2020, período em que cometeu vários dos crimes pelos quais foi condenado| Foto: Aquintero82/Wikimedia Commons

O ex-agente da CIA Brian Jeffrey Raymond foi condenado a 30 anos de prisão depois de se declarar culpado, em um tribunal de Washington, por drogar e abusar sexualmente de várias mulheres - a maioria das quais ele fotografou e filmou enquanto estavam inconscientes - em diversos países onde esteve designado, informou nesta quinta-feira (19) o Departamento de Justiça dos Estados Unidos.

Raymond havia se declarado culpado em novembro de 2023 das acusações de abuso sexual, coerção e aliciamento e transporte de material obsceno, disse o procurador federal Matthew M. Graves em comunicado.

Como parte do acordo de confissão, o ex-agente admitiu ter drogado e depois feito sexo não consensual com quatro mulheres e ter tido contato sexual não consensual com outras seis.

Raymond também admitiu ter drogado 28 mulheres e depois ter criado material obsceno sem o consentimento delas.

Graves destacou no comunicado que o ex-agente atraiu as mulheres para suas casas “alugadas” pelo governo dos EUA.

Raymond foi preso em outubro de 2020 no estado da Califórnia. Naquela época, ele estava trabalhando para uma agência do governo dos EUA na Embaixada do México, país onde foram identificadas várias vítimas.

Durante o período em que esteve no México, entre agosto de 2018 e 1º de junho de 2020, o ex-agente “usou sua residência para praticar conduta sexual criminosa (...) tirando a roupa, fotografando e filmando pelo menos nove mulheres inconscientes”, de acordo com documentos da justiça.

Além disso, entre 2006 e 2020, na Cidade do México e em outros lugares, Raymond drogou e depois fotografou ou gravou em vídeo 25 vítimas enquanto elas estavam nuas ou parcialmente nuas.

Muitas das gravações mostram Raymond tocando e manipulando os corpos das vítimas enquanto elas estavam inconscientes e incapazes de consentir.

Depois de saber da investigação criminal, o ex-agente tentou eliminar fotos e vídeos explícitos que mostravam as vítimas.

A denúncia que desencadeou a investigação ocorreu em 31 de maio de 2020, quando os vizinhos alertaram a Polícia da Cidade do México de que “uma mulher nua e histérica estava gritando desesperadamente por ajuda” na varanda do apartamento do réu.

Conforme relatado pela vítima, eles saíram para um encontro depois de fazer contato pelo aplicativo Tinder e foram para o apartamento de Raymond, que lhe ofereceu uma taça de vinho, e a mulher “desmaiou de repente”.

“Ela [a mulher] relatou que não sabia que tinha tido relações sexuais com o réu até ser examinada por médicos que a informaram que ela tinha lesões causadas por penetração vaginal e anal”, de acordo com a denúncia inicial.

Após o incidente, Raymond foi transferido para os EUA e pediu demissão do cargo.

Além da sentença de prisão, a juíza Colleen Kollar-Kotelly ordenou que Raymond cumprisse sentença de prisão perpétua em liberdade supervisionada e pagasse uma restituição de US$ 260 mil às vítimas.

Após sair da prisão, Raymond deverá se registrar como criminoso sexual de acordo com a lei federal de Registro e Notificação de Criminosos Sexuais (Sorna).

Graves enfatizou que a sentença garante que “o réu será devidamente marcado como criminoso sexual para o resto da vida e passará uma parte substancial dela atrás das grades”.

A Procuradoria e o Departamento de Justiça dos EUA agradeceram ao governo do México, incluindo a Procuradoria Geral da República, a Procuradoria-Geral da Cidade do México e o Ministério das Relações Exteriores do país, por seus esforços, apoio e cooperação durante a investigação.

Conteúdo editado por:Fábio Galão
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