Mais um denunciante de irregularidades na produção do jato 737 Max da Boeing morreu misteriosamente nesta semana, segundo informou o jornal Seattle Times.
O caso ocorre pouco menos de dois meses após a morte do ex-funcionário John Barnnet por suposto suicídio, em meio às delações contra a fabricante de aeronaves. Desta vez, o auditor de qualidade da fornecedora Spirit AeroSystems, Joshua Dean, de 45 anos, que foi um dos primeiros a apontar problemas de segurança do Boeing 737 MAX, morreu de "mal súbito".
Dean testemunhou contra a Spirit em um processo de acionistas no ano passado, quando acusou a empresa em que trabalhava de mau controle de qualidade na produção de aeronaves para a Boeing. Ele afirmou que a diretoria da empresa ignorou defeitos de fabricação que iriam impactar diretamente na segurança do modelo, hoje proibido de voar nos EUA pela Administração Federal de Aviação (FAA, na sigla em inglês) e em outros países.
A tia do ex-auditor, Carol Parsons, afirmou ao jornal que o sobrinho precisou de atendimento médico há duas semanas depois de apresentar dificuldade para respirar. Ele desenvolveu pneumonia e MRSA, uma infecção bacteriana grave, e precisou ser intubado, período no qual seu quadro de saúde piorou rapidamente.
O ex-funcionário tinha boas condições de saúde e mantinha um estilo de vida saudável, segundo o Seattle Times.
A Spirit lamentou sua morte, por meio de uma nota do porta-voz Joe Buccino. “Nossos pensamentos estão com a família de Josh Dean. Esta perda repentina é uma notícia impressionante para nós e seus entes queridos”.
A empresa demitiu Dean em abril do ano passado. Em seguida, ele apresentou uma queixa ao Departamento do Trabalho alegando que sua demissão foi uma retaliação por levantar preocupações relacionadas à segurança da aviação. O ex-auditor também apresentou uma denúncia à Administração Federal de Aviação por “má conduta grave por parte da gestão sênior de qualidade da linha de produção do 737” na Spirit.
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