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O ex-vice-presidente Jorge Glas desistiu neste sábado (10) da candidatura à presidência do Equador, pouco depois de ter sido anunciado pelo movimento Revolução Cidadã, liderado pelo ex-mandatário Rafael Correa, como a sua escolha para as eleições presidenciais extraordinárias de 20 de agosto.
Glas, que tem duas condenações por corrupção, foi autorizado a concorrer pela assembleia correísta realizada na província costeira de Manabi após ter recebido de um juiz uma medida cautelar para participar nas eleições.
A controversa medida cautelar foi emitida pelo juiz John Rodríguez Mendiola, da Unidade Judicial Multicompetente de Yaguachi, um município pertencente à província costeira de Guayas, onde Glas nasceu.
No entanto, Glas disse a um auditório lotado que não podia colocar em risco a inscrição e, depois de declinar a sua candidatura, propôs Luisa González como candidata presidencial e Andrés Arauz, candidato presidencial do correísmo em 2021, como candidato a vice-presidente.
Tanto González como Arauz foram escolhidos a dedo pelos participantes no evento lotado, da mesma forma que Glas tinha sido escolhido em primeira instância.
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Liberdade condicional
Glas, de 53 anos, está atualmente em liberdade condicional depois de ter sido liberto da prisão em 28 de novembro e aguarda que a justiça equatoriana unifique as suas duas sentenças, de forma a cumprir apenas a mais grave, que, no tempo restante, poderia cumprir fora da prisão.
O ex-vice-presidente passou quase cinco anos na prisão, de dezembro de 2017 a novembro de 2022, com um período de liberdade de 40 dias entre abril e maio de 2022, enquanto vigorava uma outra medida cautelar que causou grande polêmica ao ordenar a sua libertação imediata.
No entanto, Glas sempre rejeitou todas as acusações e declarou-se vítima de perseguição política através da suposta utilização do sistema de justiça, tal como Correa, que reside na Bélgica como refugiado.
A nomeação de Glas e a posterior de González foram efetuadas no último dia do calendário eleitoral equatoriano para os processos democráticos internos, em que cada partido político deve escolher os seus candidatos, uma vez que o prazo para o registro de candidatos termina na terça-feira, 13 de junho.
Desta forma, González surge como a única candidata mulher entre os movimentos políticos do Equador, cujos pré-candidatos são majoritariamente homens.
González ocupou vários cargos durante a gestão do ex-presidente Correa, incluindo o de secretária-geral da Presidência, e foi também deputada.
As autoridades eleitas nestas eleições completarão o mandato 2021-2025, interrompido pela "morte cruzada" decretada em maio passado pelo atual presidente, o conservador Guillermo Lasso, que optou por dissolver a Assembleia Nacional (Asamblea Nacional) e forçar as eleições quando o Legislativo se dispunha a debater e votar sua destituição.






